metropoles.com

TCDF aprova contas de 2016 de Rollemberg com ressalvas

Os conselheiros apontaram, entre outros problemas, falta de planejamento governamental e despesas sem cobertura contratual

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Felipe Menezes/Metrópoles
Rollemberg para nomeações
1 de 1 Rollemberg para nomeações - Foto: Felipe Menezes/Metrópoles

O Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) aprovou, nesta quinta-feira (26/10), as contas do segundo ano do governo de Rodrigo Rollemberg (PSB). O relator, Paulo Tadeu, recomendou a aprovação, com ressalvas. Manoel de Andrade acompanhou o voto, bem como os conselheiros Renato Rainha, Inácio Magalhães, Márcio Michel e Paiva Martins. A decisão foi proclamada pela presidente da Corte de Contas, Anilcéia Machado.

Os conselheiros apontaram, entre outros problemas na execução do orçamento, falta de planejamento governamental; despesas sem cobertura contratual; e descumprimento das metas de recomposição de recursos do Instituto de Previdência dos Servidores do DF (Iprev).

E fizeram 12 ressalvas. Entre elas, a superestimativa de arrecadação, o que indica necessidade de adotar critérios de controle efetivos na elaboração das leis orçamentárias, e a deficiência na definição e apuração de indicadores de desempenho para avaliar programas governamentais, entre outras. A Corte determinou que seja providenciada solução para os pontos destacados no relatório elaborado por Paulo Tadeu.

Entre as providências exigidas estão a celeridade ao processo de incorporação do patrimônio do Fundo Previdenciário do DF e o aprimoramento de planejamento das contratações para cessar a prestação de serviços sem cobertura contratual.

Sem contrato
Só de gastos sem qualquer contrato foram detectados R$ 616,6 milhões. O procurador do Ministério Público de Contas, Demóstenes Tres Albuquerque, diz que a prática dificulta a fiscalização: “Sem contratos não tem como os órgãos de controle atuarem, uma vez que não há parâmetros para avaliar a qualidade do serviço”.

A Secretaria de Saúde foi responsável por 89,3% dessas despesas, ou seja, R$ 550,7 milhões. Entre 2014 e 2016, os gastos sem cobertura contratual aumentaram de R$ 34,5 milhões para R$ 616,6 milhões, segundo apontou o relatório. “A prática é recorrente, apesar de sua incompatibilidade com os princípios constitucionais”, diz o relatório.

Paulo Tadeu ressaltou ainda a deficiência de recursos para políticas sociais. Segundo o relatório, foram aplicados apenas 15% do valor orçado para o Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente, destinado ao financiamento de programas, projetos e serviços voltados para a política de proteção, garantia e defesa dos direitos das crianças. “É dever do Estado arcar com as despesas”, afirmou.

Devido a esses indícios de ineficiência na aplicação dos recursos, o TCDF encaminhará cópia do relatório ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). A intenção é que as procuradorias adotem as providências que entenderem pertinentes, tendo em vista a consideração de que a deficiência gera prejuízos ao cidadão.

Ainda no relatório, o TCDF aponta que a Secretaria de Segurança Pública e Paz Social cancelou 39% da dotação orçamentária prevista. A ação descumpre a Lei Orçamentária Anual, que autoriza o Poder Executivo a alterar o próprio limite em 25%. Se para essa área o valor usado foi menor que o previsto, para a Secretaria das Cidades houve abertura de crédito suplementar, no valor de R$ 378,2 mil.

Em 2016, foram R$ 5,3 bilhões de receita estimada que não se converteram em efetivo ingresso nos cofres do DF. O GDF teve ainda perda significativa em recursos para as áreas de segurança, educação e saúde.  A retração nos repasses do Fundo Constitucional foi de R$ 1,5 bilhão.  Uma queda na participação de 35,9%, em 2016.

Problemas solucionados
O secretário-chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, afirmou que o GDF caminha de maneira segura para resolver todas as pendências apontadas. “Já fizemos a substituição dos serviços sem cobertura contratual. Nos acordos da Saúde, licitamos a questão da limpeza, da alimentação – que ainda está parada no Tribunal de Contas; estamos resolvendo a área de telefonia. Não estamos parados, resolvemos algumas pendências e outras estão no caminho de serem solucionadas”, afirmou.

Sobre o Iprev, Sampaio completou que os imóveis e as ações do Banco de Brasília devem ser incorporados em breve ao patrimônio no Instituto. “A restituição esbarrou em algumas situações que a própria legislação exigia. No caso dos imóveis, por exemplo, precisávamos de duas avaliações. A Caixa Econômica a segunda análise e tivemos que iniciar um licitação para uma empresa que fizesse o trabalho. Agora não temos mais nenhum entrave. Nas ações do BRB também tivemos trâmites burocráticos de análise que demoraram um pouco mais do que o previsto, mas até o fim do ano a situação deve estar resolvida”, disse.

O Governo do Distrito Federal (GDF) usou, entre 2015 e 2016, R$ 1,9 bilhão do superávit do fundo do Iprev para pagar salários de funcionários públicos. A recomposição prometida foi em imóveis e ações do BRB, mas até o momento o processo não se concretizou. Isso é cobrado pelo Tribunal de Contas do DF.

Confira algumas ressalvas:
Quanto ao planejamento governamental
– Superestimativa de arrecadação, o que indica a necessidade de adoção de critérios e controles efetivos na elaboração das leis orçamentárias, de maneira a tornar as previsões mais próximas da efetiva realização;
– Deficiência na definição e apuração de indicadores de desempenho para avaliar programas governamentais;
– Insuficiência de dotações orçamentárias para subtítulos priorizados na LDO/16;
– Cancelamento de dotações destinadas a pagamento de Requisições de Pequeno Valor por meio de decreto para a abertura de créditos adicionais com finalidade diversa.

Relativas à execução orçamentária e financeira
– Fragilidades nos mecanismos de controle associados a abertura de créditos adicionais;
– Repasses financeiros à Fundação de Apoio à Pesquisa (FAP) e ao Fundo de Apoio à Cultura (FAC) em montante inferior à dotação mínima exigida pela LDO;
– Atribuição de dotação ao Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente (FDCA) menor do que o previsto em lei, além de contingenciamento de recursos desse fundo;
– Realização de despesas sem cobertura contratual.

Problemas nas demonstrações contábeis
– Ausência da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido na prestação de contas;
– Inconsistência nos valores da dívida de precatórios judiciais do Distrito Federal;
– Ausência de metodologia para avaliar o custo/benefício das renúncias de receita e de outros incentivos fiscais;
– Inconsistência das informações relativas a quantitativo de pessoal no DF;
– Intempestividade do repasse de recursos devido ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios em dezembro de 2016, destinado à quitação de precatórios judiciais.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?