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Suspeita de nepotismo acaba em exoneração no gabinete de Liliane Roriz

Quatro comissionados lotados no gabinete da parlamentar tinham vínculos muitos próximos, caracterizando ilegalidade no serviço público

atualizado

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Liliane Roriz
1 de 1 Liliane Roriz - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Nem bem se livrou de uma ação de improbidade administrativa e de um processo por quebra de decoro parlamentar, a deputada distrital Liliane Roriz (PTB) está envolvida em outra polêmica na Câmara Legislativa. Agora, por suspeita de nepotismo. Quatro servidores comissionados lotados no gabinete da parlamentar têm vínculos muitos próximos, que caracterizam a prática considerada ilegal na administração pública.

Temendo mais um arranhão em sua carreira, Liliane exonerou dois deles na terça-feira (1/11), assim que começou a ser questionada sobre a nomeação deles. Foram exonerados Sandro Rizzo Alves de Almeida, que ocupava um cargo CNE-1, com vencimentos de R$ 16.596,76, e Ana Carolina Matos Barbosa, namorada do filho de Sandro.

Sandro foi um dos principais articuladores políticos da distrital. Direto de Luziânia (GO), Entorno do DF, ele coordenava uma base importante de eleitores da cidade em que foi formado o clã Roriz e regiões vizinhas. O desempenho positivo rendeu a Rizzo a possibilidade de fazer indicações. Além da namorada do filho, ele emplacou um cunhado e o sócio em uma empresa de informática. Eles continuam no gabinete.

Reprodução/DCL

 

Reprodução/DCL

 

 

 

 

Leonardo Vieira é companheiro da irmã de Sandro, Sarah de Queiroz Sampaio, e ainda está lotado no gabinete de Liliane. O nome dele ganhou notoriedade quando sua senha foi usada, em 19 de agosto deste ano, para deletar 6.497 pastas de arquivos de um computador instalado no gabinete da parlamentar.

A exclusão ocorreu às vésperas da primeira fase da Operação Drácon, deflagrada após o vazamento de áudios feitos pela deputada petebista revelando um suposto esquema de cobrança de propina por parlamentares em troca de destinação de emendas.

Leonardo ocupa um cargo CNE-01, também com vencimentos de R$ 16.596,76. O quarto nome que possui vínculo com Sandro é Magno Marcos Moreira da Cruz. Nomeado em abril de 2015, o comissionado tem uma empresa de informática registrada no mesmo endereço da Link Explorer, empresa de Rizzo, localizada em Luziânia.

STF
A Súmula Vinculante 13 do Supremo Tribunal Federal (STF) diz que “a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.”

Procurada, a parlamentar explicou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não há vínculos de parentesco dos servidores com ela. Porém, não respondeu ao questionamento sobre o vínculo entre os comissionados.

A reportagem não conseguiu contato com nenhum dos funcionários e ex-funcionários citados na matéria.

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