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Sob pressão, Temer mede a força de sua base na Câmara nesta quarta

Apesar dos afagos do Planalto, aliados evitam apoiar publicamente rejeição à denúncia contra presidente. Opositores prometem obstruir sessão

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temer sob pressão
1 de 1 temer sob pressão - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Quarta-feira decisiva para o futuro de Michel Temer à frente da Presidência da República. A previsão é de que a Câmara dos Deputados, a partir das 9h deste 25 de outubro, vote o relatório de Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) que defende a rejeição da segunda denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o atual ocupante do Planalto. O peemedebista e seus ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) foram denunciados por organização criminosa. Sobre Temer, pesa ainda a acusação de obstrução da Justiça.

A vitória do presidente se desenha como certa. No entanto, ao contrário do ocorrido durante a apreciação da primeira acusação encaminhada à Câmara pela PGR, nem a oposição nem a base aliada ousam apostar em um desenrolar confortável ao Planalto na sessão desta quarta. Enquanto opositores prometem obstruir a votação, adiando ao máximo possível o início dos trabalhos em plenário, os aliados evitam se comprometer publicamente com os interesses do Executivo nacional.

Saiba como se dará a votação em plenário: 

A força da máquina
A proximidade das eleições 2018, a queda de popularidade de Temer (com o consequente aumento da rejeição a sua gestão), além da demora na liberação de recursos negociados durante o trâmite da primeira acusação da PGR, no início deste semestre, tornam os aliados reticentes a aderirem totalmente à rejeição da denúncia a ser avaliada ao longo do dia.

Durante todo o mês, e especialmente desde a semana passada, o governo federal tem se esforçado para amarrar o voto dos parlamentares da base. Nos primeiros 23 dias deste mês, a União mais que dobrou a liberação de emendas individuais dos parlamentares. Houve o empenho de R$ 687 milhões entre os dias 1º e 23, contra R$ 138 milhões em agosto e R$ 273 milhões em setembro. Os dados são da própria Câmara dos Deputados.

O Planalto tenta, pelo bolso, conseguir o que a estratégia política não foi capaz. Fez água a tentativa governista de cravar o apoio da maior bancada da Casa – os ruralistas, que têm integrantes tanto à direita quanto ao centro e à esquerda –, a partir da publicação da chamada “portaria do trabalho escravo”. Não bastassem as inúmeras críticas ao texto, nesta terça (24), o Supremo Tribunal Federal (STF) golpeou a ideia de morte, determinando a suspensão dos efeitos da norma, que flexibilizava a fiscalização do crime em território nacional.

Além das conversas para convencer aliados a comparecer em peso ao plenário, nada mais pode ser feito. Estão postas as armas dos defensores e dos opositores ao prosseguimento das investigações contra o presidente e seus ministros no Supremo. Se sobreviver à votação, possivelmente Michel Temer concluirá sua gestão na Presidência, mas só o tempo dirá se terá forças para aprovar as medidas de seu interesse no Congresso após o desgaste das duas flechadas que o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot lançou em sua direção.

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