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Sem nenhum morador há 4 anos, residência oficial custou R$ 3,8 milhões

O dinheiro foi utilizado na manutenção do complexo construído para abrigar o governador do DF, na compra de alimentos e no pagamento de água

atualizado

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Daniel Ferreira/Metrópoles
Coletiva para anunciar o cargo de secretaria Maria de Lourdes Abadia – Brasília(DF), 25/10/2017
1 de 1 Coletiva para anunciar o cargo de secretaria Maria de Lourdes Abadia – Brasília(DF), 25/10/2017 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Sem nenhum morador desde 2015, a Residência Oficial de Águas Claras (Roac) consumiu pelo menos R$ 3,8 milhões dos cofres públicos nos últimos quatro anos. O dinheiro foi utilizado na manutenção do complexo construído para abrigar o chefe do Executivo local, na compra de alimentos e no pagamento de contas de luz e energia.

Após ser eleito, Rodrigo Rollemberg (PSB) optou por continuar na casa onde vive com a família, no Park Way. No entanto, não abriu mão de utilizar a residência oficial. Ao longo do mandato, usou o espaço para reuniões, eventos institucionais e confraternizações.

O levantamento preliminar ao qual o Metrópoles teve acesso com exclusividade mostra que os valores subiram ao longo dos anos. Em 2017, foram gastos R$ 1,2 milhão. Já em 2018, o valor consumido superou R$ 1,7 milhão. Em 2015 e 2016, foram reportadas despesas de R$ 506 mil e R$ 317 mil, respectivamente. Os relatórios, no entanto, detalham apenas os empenhos dos dois últimos anos.

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A entrada e saída de veículos é controlada por seguranças
A casa principal conta com três suítes
Há um lago no jardim ao lado da casa construída para abrigar o chefe do Executivo local
No complexo há dois helipontos
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Às margens da EPTG, a Residência Oficial de Águas Claras ocupa uma área de 60 hectares

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A entrada e saída de veículos é controlada por seguranças

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A casa principal conta com três suítes

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Há um lago no jardim ao lado da casa construída para abrigar o chefe do Executivo local

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No complexo há dois helipontos

Em 2017 e em 2018, a principal despesa foi com serviços de vigilância e segurança. A Roac, como a residência oficial é chamada internamente, é administrada pela Casa Militar do DF. Mesmo assim, foi pago R$ 1,2 milhão à empresa Multserv no último ano da gestão Rollemberg.

Outro gasto é com uma empresa terceirizada de conservação e limpeza, a Servegel. Em 2018, foram repassados R$ 298.261,78. As outras despesas foram com aquisição de gêneros alimentícios (R$ 162.503,77), água (R$ 35.580,47), luz (R$ 31.526,40) e manutenção da piscina (R$ 9.200,00).

Os números constam nos relatórios de atividades da Casa Militar de 2015, 2016, 2017 e 2018 – aos quais o Metrópoles teve acesso. Os documentos detalham todas as atividades do órgão, como a administração do Palácio do Buriti. A pasta informou que os dois últimos relatórios ainda estão em elaboração e que os números serão atualizados e podem variar para mais ou para menos.

Confira:
Arte/Metrópoles

*De acordo com a Casa Militar, os números, tanto de 2017 quanto de 2018, estão sendo apurados e serão atualizados. Assim, podem variar para mais ou menos 

Apesar de não detalhar o valor investido, o relatório aponta que, em 2018, foram comprados novos equipamentos para o complexo. São eles: um fogão industrial com seis bocas, uma máquina de fabricar gelo e quatro micro-ondas.

Estrutura
Às margens da EPTG, a Residência Oficial de Águas Claras conta com 60 hectares. Construída em 1961, a casa que abriga o governador é apenas uma das edificações do complexo. Há uma ampla área de lazer, com piscina, campo de futebol, sauna, sala de ginástica e quadra de tênis. E estrutura para abrigar compromissos oficiais, como salas de reunião, e os servidores que atuam no local, como alojamentos.

A Roac conta com 20 funcionários lotados na Novacap que são responsáveis pela limpeza das vias internas e manutenção das áreas verdes, da horta e da criação de aves. Também trabalham no imóvel outros cinco servidores de livre provimento diretamente ligados à administração do complexo. A despesa com pessoal não foi contabilizada.

Veja o mapa do complexo:

Segundo o relatório, foram realizados no espaço cerca de 70 eventos em 2018, entre cerimônias oficiais, reuniões de Rollemberg com políticos e integrantes do governo e visitas guiadas. O espaço também foi utilizado pelas secretarias de estado, mesmo sem a presença do chefe do Executivo.

Em julho de 2016, foi lançado o Projeto Portas Abertas, capitaneado pela primeira-dama, Márcia Rollemberg. Com a medida, o complexo passou a ser destino de estudantes da rede pública de ensino inscritos em programas de turismo cívico. Outro projeto da Residência Oficial é o Banco Verde, em parceria com o Jardim Botânico, que distribui mudas de árvores nativas à população.

Em 2018, Rodrigo Rollemberg doou 31 hectares ao Parque Ecológico de Águas Claras. A utilização do terreno será definida pelo Instituto Brasília Ambiental (Ibram). O socialista também inaugurou o chamado Espaço 3D, com esculturas doadas pelo Museu Nacional da República.

Novo morador?
A equipe de comunicação do governador eleito, afirmou que Ibaneis Rocha (MDB) não pretende morar na Residência Oficial. Para acomodar a família com segurança, o ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal (OAB-DF) comprou uma casa maior no Lago Sul.

O emedebista pretende usar o espaço para grandes reuniões, tanto com integrantes do governo quanto com convidados. Um dos objetivos é transformar o local em sede do Fórum dos Governadores, que deve acontecer mensalmente.

Logo após ser eleito, Ibaneis afirmou que iria transformar o endereço em um centro de convivência e de referência para pessoas com deficiência e com doenças raras. De acordo com a assessoria dele, a viabilidade do projeto e o modelo de funcionamento estão sendo estudados. Assim como a criação de uma via dentro da propriedade para abrir mais uma saída de Águas Claras para a EPTG.

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