Sandra Faraj “dribla” Comissão de Ética e não é notificada de processo

Mostrando estar em forma, mesmo com a gravidez, a deputada Sandra Faraj (SD) “driblou” os membros da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Legislativa e evitou ser notificada da abertura de processo de cassação contra ela. Depois de uma semana sem aparecer na Casa, a parlamentar esteve no plenário na terça-feira (30/5) e disse ao presidente do colegiado, Ricardo Vale (PT), que iria para o gabinete aguardar a notificação. Mas conseguiu sair sem assinar o documento, apesar de um servidor da Casa aguardá-la na porta do gabinete.

“É verdade, ela conseguiu sair sem ser notificada. Portanto, o prazo de 30 dias para apresentar a defesa não começou a contar, pois ela precisa assinar o documento”, informou o servidor, que pediu para não ter o nome divulgado. Como a parlamentar tampouco esteve na CLDF na quarta (31), o andamento do processo segue parado.

Sandra Faraj é investigada pelo Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) por mau uso de verba indenizatória. Segundo denúncia da empresa Netpub, a parlamentar exigiu notas fiscais com o carimbo “recebido” antes de pagar pelos serviços prestados. E após a Câmara Legislativa liberar os valores, a distrital teria embolsado o valor de R$ 150 mil.

A deputada também é investigada pelo MPDFT e pela Polícia Civil por corrupção, falsidade ideológica, uso de documento falso e ameaça a testemunhas. Segundo as investigações, além de usar irregularmente recursos de verba indenizatória, a distrital é suspeita de cobrar parte do salário de servidores comissionados como uma espécie de “dízimo”. O irmão de Sandra, Fadi Faraj, chefe da Igreja Ministério da Fé, em Taguatinga, também é investigado.

A assessoria da deputada afirmou que, após sair do plenário, foi ao gabinete para aguardar a notificação. “Como estava passando mal e ninguém a procurou, ela foi para casa”, disse.