Saída de Frejat: opositores de Rollemberg fazem maratona de reuniões
Grupo ligado ao ex-secretário de Saúde e de Cristovam Buarque intensificam conversas após a desistência do pré-candidato do PR ao Buriti
atualizado
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Após o pré-candidato Jofran Frejat (PR) anunciar que desistiu de vez da corrida ao governo do Distrito Federal, os bastidores do cenário político brasiliense voltaram a pegar fogo. No Lago Sul, na casa de Tadeu Filippelli (MDB), ex-vice-governador e presidente do MDB-DF, a movimentação começou cedo na manhã desta quarta-feira (25/7).
O primeiro a ser recebido pelo emedebista foi o presidente do Avante no DF, Paco Britto. Logo depois, chegaram outros representantes da chapa que era liderada pelo ex-secretário de Saúde: o deputado federal Rôney Nemer (PP); o ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal (OAB-DF) Ibaneis Rocha (MDB); e Alexandre Bispo, responsável pelo partido de Frejat no Distrito Federal.
O grupo passou toda a manhã reunido a portas fechadas. “Estamos conversando para buscar um caminho”, disse Filippelli. Uma das possibilidades é Ibaneis assumir o posto de Frejat na disputa pelo Buriti. “A reunião vai continuar, temos muito o que conversar”, disse o ex-presidente da OAB-DF.
Em conversa com a coluna Janela Indiscreta, nessa terça (24), Ibaneis disse que pode voltar ao páreo novamente, caso seu nome seja consenso entre os partidos coligados. PR, MDB, PP, DEM, PHS e Avante integram a chapa, agora órfã de Frejat. Além do ex-presidente da OAB-DF, alguns integrantes da coalizão defendem o nome do deputado Alberto Fraga (DEM) para entrar na corrida pelo GDF.
Uma ausência sentida no encontro foi a do deputado federal Laerte Bessa (PR), que esteve ao lado de Frejat durante os principais capítulos da desistência do ex-secretário de Saúde. Um dos defensores mais ferrenhos da volta do médico à disputa, o delegado aposentado disse que iria, primeiro, conversar com o cacique nacional da sigla, Valdemar Costa Neto, para depois voltar a discutir com aliados. “Vou ouvi-lo para saber quais serão os rumos do partido”, disse o parlamentar.
Por outro lado, surpreendeu a presença do deputado federal licenciado e ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Ronaldo Fonseca (sem partido), e a do ex-administrador do Plano Piloto Marcos Pacco – presidente do Podemos no Distrito Federal, que não compõe a coalizão de apoio a Frejat. O presidente do MDB-DF teria atendido ambos em uma sala separada.
Fonseca, no entanto, afastou a possibilidade de uma possível aliança. “Viemos como amigos do Frejat e Filippelli. Queríamos entender melhor tudo o que aconteceu”, afirmou.
Terceira via
Do outro lado, os dois principais coordenadores da chamada terceira via, o deputado federal Rogério Rosso (PSD) e o senador Cristovam Buarque (PPS), passaram o dia em contato. Cristovam afirmou que o principal assunto em discussão são as eleições proporcionais.
“Hoje, é essa nossa preocupação. E, a partir dela, vamos definir nosso cabeça de chapa”, afirmou o senador. Sobre a possível união da terceira via com o grupo do ex-secretário de Saúde, Cristovam foi enfático: “O Frejat é, atualmente, um dos nomes mais respeitados na cidade e abandonou as eleições para se afastar de um grupo político. Não vejo sentido que a terceira via se alie com pessoas que o próprio Frejat repudiou”, assinalou.
No entanto, o senador reconhece que o contato entre os grupos aumentou após a saída definitiva do pré-candidato pelo PR da disputa ao Buriti. Por volta das 15h30 desta quarta (25), Rosso e Cristovam se reuniram com o presidenciável do PSDB, Geraldo Alckmin, na sede do partido na Asa Sul.