Saiba como será o primeiro dia de propaganda dos buritizáveis
Na estreia do horário eleitoral, candidatos ao GDF apostam em propostas do plano de governo e pretendem retratar o caos vivido no DF
atualizado
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Mesmo com a propagação das campanhas na internet e as agendas repletas de corpo a corpo nas ruas, os candidatos ao Governo do Distrito Federal passam a investir todas as outras fichas nos programas políticos de rádio e televisão como um canal direto com os eleitores. O Metrópoles apurou como será a estreia do horário eleitoral, que terá início nesta sexta-feira (31/8).
Com maior tempo disponível na grade, 1min50s, Alberto Fraga (DEM) iniciará as aparições em tom mais ameno do que o habitual. O candidato ao Palácio do Buriti contará um pouco de sua história na cidade e a trajetória na vida pública.
A intenção é justamente mostrar ao eleitorado um outro lado do político, longe daquele perfil crítico e combativo, mas com o tom de um Fraga que venceu adversidades até decidir concorrer à principal cadeira do organograma do Distrito Federal.
Estreante nas telinhas durante horário eleitoral, Ibaneis Rocha (MDB) aproveitará o 1min44s da primeira aparição para se apresentar aos eleitores. Por ser estreante na disputa a um cargo público, o emedebista tentará mostrar aos brasilienses que é diferente dos adversários.
A ideia de Ibaneis é dizer que representa a sociedade civil na luta para resgatar a cidade da situação de abandono deixada pelos políticos profissionais. Ele reforçará que é candidato justamente por não se sentir representado pelos outros concorrentes.
O petista Júlio Miragaya vai se apresentar à população que ainda não tem familiaridade com o seu nome. A vice da chapa, Cláudia Farinha (PT), também fará um breve resumo biográfico. Embora o PT tenha optado por não fazer coligação, o partido terá 1min10s para mostrar questões de Brasília: desigualdade e desemprego.
O candidato quer mostrar que Brasília é rica, mas ao mesmo tempo tem bolsões de miséria nas regiões periféricas. Os dois candidatos pretendem alavancar a campanha com referências à liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e vão reforçar o bordão Lula Livre.
Novato investe nas redes sociais
Com um dos menores tempos na grade horária, Alexandre Guerra (Novo) decidiu usar os quatro segundos de aparição para convidar os telespectadores e ouvintes a acessarem as plataformas virtuais, nas quais o candidato tem feito uma campanha maciça para fisgar o voto do brasiliense.
Para o “programa-relâmpago”, Guerra convidou os demais candidatos do partido para que aparecessem juntos, em clima de união.
Também novata na corrida por votos, a professora Fátima Sousa (PSol) aposta na credibilidade de sua trajetória para convencer o eleitorado a confiar no projeto dela e de sua vice, Keka Bagno (PSol). O programa foi pensado para ter o tom descontraído e com objetivo de quebrar as tradicionais inserções, com enredos mais leves e criativos para atrair a atenção do eleitorado. Docente da área de saúde, ela vai usar o tema para dizer que Brasília “tem remédio.”
Estilo “pacífico”
Dois dos nomes que orbitam na liderança das recentes pesquisas eleitorais, Eliana Pedrosa (Pros) e Rogério Rosso (PSD) decidiram seguir o caminho da paz na campanha. Ambos preferem o roteiro com tom propositivo e investir nas propostas que entendem ser emergenciais para a população do DF.
Eliana terá 49 segundos e pretende direcionar o tempo para valorizar as principais propostas de seu plano de governo. Nessa esteira, Rosso será mais incisivo e pretende dar voz à população sobre a realidade atual do DF durante o 1min38s que terá de propaganda eleitoral.
Candidato apoiado por Jair Bolsonaro (PSL), o buritizável Paulo Chagas (PRP) terá pouco menos de 10 segundos para se apresentar ao eleitorado. Apesar disso, o general da reserva vai reforçar a proximidade com o presidenciável para tentar aumentar a musculatura política, visto que Bolsonaro aparece em primeiro lugar na intenção de votos nas pesquisas feitas com brasilienses.
Postulante à reeleição, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) vai usar os programas de TV, no período eleitoral, para mostrar à população as realizações do seu governo. Para justificar o nome da aliança – Brasília de Mãos Limpas –, o socialista também mostrará ao eleitor, durante parte do 1min14s disponíveis, o trabalho de combate à corrupção que teria sido desenvolvido pela gestão atual.
Conforme o Metrópoles noticiou, Renan Rosa, que tenta o Palácio do Buriti pelo PCO, teve o horário suspenso pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF), mas tenta derrubar a recente decisão da Corte. Com quatro segundos de aparição, Antonio Guillen (PSTU) não retornou os contatos da reportagem para comentar como será seu programa de estreia.
Hora da definição
Para o cientista político Aurélio Maduro, mestre em governança pela George Washington University, o momento político é crucial para definir o cenário até o dia de votação.
O horário eleitoral serve para apresentar os candidatos, as propostas e, claro, eventualmente, denúncias contra os adversários. O eleitor vai querer conhecer principalmente as proposições, mas também descobrir fontes alternativas para que possam se aprofundar sobre o político escolhido
Aurélio Maduro, cientista político
Para o especialista, as propagandas eleitorais terão uma importância maior nestas eleições, pois as recentes pesquisas apontam para um grande número de brasilienses indecisos.
“O desafio dos candidatos é mobilizar e sensibilizar os eleitores sobre a importância do voto e, de forma paralela, conquistar uma fatia dessa grande parte do eleitorado a qual ainda não definiu em quem escolher para governar o DF nos próximos quatro anos”, finaliza.
Campanhas televisivas
O horário eleitoral é um recurso oferecido pela Justiça Eleitoral para favorecer a aproximação dos candidatos oficialmente registrados com a população. Todas as emissoras com concessão pública, incluindo as comunitárias, são obrigadas a transmitir tanto os programas quanto as inserções das chapas durante o horário comercial.
Os candidatos ao GDF vão aparecer na TV às segundas, quartas e sextas-feiras, em dois horários: das 13h16 às 13h25 e de 20h46 às 20h55. No rádio, os programas serão transmitidos nos mesmos dias, mas em horários diferentes: das 7h16 às 7h25 e das 12h16 às 12h25.
Antes dos postulantes ao Palácio do Buriti, haverá a aparição dos candidatos ao Senado Federal e à Câmara Legislativa. Nos outros dias, estarão os presidenciáveis e os nomes que tentam uma cadeira na Câmara dos Deputados. Durante a programação comercial das emissoras, haverá inserções – as chamadas pílulas – com distribuição divulgada pelo TRE-DF.
Colaborou Isadora Teixeira