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Rollemberg desafia JBS após ser acusado de receber propina em campanha

Socialista aparece na relação de 16 nomes de governadores eleitos, entregue por ex-executivo da JBS Ricardo Saud

atualizado

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1 de 1 rollemberg - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Contrariado com o estrago causado pelas delações da JBS em sua gestão, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) decidiu partir para o ataque. Nesta terça-feira (30/5), durante visita ao Sol Nascente, em Ceilândia, o socialista carregou nas palavras para desafiar os delatores a provarem que teria recebido propina disfarçada de doação oficial em 2014, conforme afirmou Ricardo Saud, ex-executivo da J&F, holding controladora da JBS.

“Eu desafio qualquer executivo da JBS a apontar contrapartida ou benefício que tenha sido dado pelo GDF em função das doações… Se deram qualquer doação oficial pensando em contrapartida, quebraram a cara”, enfatizou, com convicção, o chefe do Executivo local, em entrevista à Rede Globo. Segundo ele, o seu governo chegou a recusar pedido de benefício tributário, que a empresa considerava vantajoso, para o centro de comercialização que mantinha no DF.

Rollemberg, conforme mostrou o Metrópoles no domingo (28), aparece na relação de 16 nomes de governadores eleitos, entregue pelo ex-executivo, para quem a JBS teria desembolsado propina. Em 2014, R$ 852,8 mil reforçaram a campanha do então candidato ao Palácio do Buriti. Na prestação de contas apresentada por Rollemberg ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o maior volume repassado, R$ 450 mil, aparece como doação direta da JBS.

O restante, R$ 402,8 mil, foi repassado pela direção distrital do PSB à campanha do socialista em 40 transações atípicas, com valores que começam em R$ 6,54. Os repasses foram feitos de maneira oficial entre julho e novembro de 2014.

A versão do governador de que o GDF se mantém fora do radar do grupo, entretanto, não se sustenta. Reportagem divulgada pelo Metrópoles revelou que, somente nos últimos dois anos e meio da gestão de Rollemberg, a empresa amealhou R$ 12,6 milhões em serviços para fornecimento de produtos da merenda escolar. Quase a metade dos R$ 31.070.135,37 foram pagos à JBS como contraprestação pelos serviços prestados ao governo local num período de nove anos.

A contratação ocorreu em 2014, na gestão de Agnelo Queiroz (PT). Porém, em 2015, ano em que o governo de Rollemberg teve início, houve a primeira prorrogação do contrato. O termo aditivo previa mais 12 meses de vigência, a partir de 21 de julho daquele ano, sem licitação. Em 2016, a secretaria editou o segundo termo aditivo e prorrogou por mais um ano o contrato firmado. A vigência terminará em 21 de julho próximo.

Cenário ruim
As doações da JBS não são as únicas que assombram Rollemberg. Ele também recebeu, como doação eleitoral em 2014, R$ 1,7 milhão de três empreiteiras que são alvo da Lava Jato. De acordo com registros do TSE, foram R$ 200 mil da Odebrecht; R$ 500 mil da Andrade Gutierrez, repassados por meio da direção do partido; e R$ 1 milhão da Via Engenharia.

Não bastasse isso, a provável delação de um dos detentos do Complexo Penitenciário da Papuda tem tirado o sono do número um do Palácio do Buriti. Preso desde 1º de julho de 2016, Lúcio Funaro, apontado como operador do ex-deputado Eduardo Cunha, negocia um acordo de colaboração com o MPF.

Um dos cinco nomes apresentados por ele aos procuradores durante reuniões preliminares pode trazer complicações para o governo atual: Ricardo Leal, principal arrecadador da campanha de Rollemberg.

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