Rollemberg ainda tem esperanças de apoio do PDT à sua reeleição
Governador defende aliança nacional e local com a sigla. “Eventuais dificuldades que tivemos no passado são menores e podem ser superadas”
atualizado
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Candidato à reeleição e em busca de apoio de legendas com maior envergadura, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) tem esperanças de uma decisão a seu favor, na noite desta terça-feira (3/7), quando o PDT anuncia o rumo que vai tomar em relação às eleições 2018.
Em evento, pela manhã, em Taguatinga, o socialista disse defender o apoio de seu partido à pré-candidatura do pedetista Ciro Gomes à presidência da República e a reprodução de uma eventual coligação nacional nos estados e no Distrito Federal. “Ciro Gomes reúne as melhores condições para unificar o campo progressista”, argumentou.
Por isso, ele ainda aposta numa coalizão local, que envolva além do PSB e do PDT, partidos como a Rede, PV, Solidariedade, Podemos, PCdoB, PPL e PHS. “Eventuais dificuldades que tivemos no passado são menores e podem ser superadas em torno de objetivos maiores”, disse.
Para a reunião desta noite, entretanto, o PDT vai dividido. A ideia inicial era formar uma frente em torno do nome do ex-secretário Jofran Frejat (PR). Mas a proximidade dele com o ex-governador José Roberto Arruda e outros nomes como o do deputado Alberto Fraga (DEM) acabaram desagradando parte da legenda.Outra parte significativa da sigla se mostra contrária à aliança com Rollemberg. Embora unidos na campanha de 2014, integrantes do PDT e PSB viveram momentos de grave enfrentamento ao longo da gestão socialista no comando do Palácio do Buriti.
Uma terceira opção — que ganhou força nos últimos dias — lança o partido à corrida eleitoral com candidatura própria, a do ex-deputado distrital Peniel Pacheco, conforme antecipou o Metrópoles nesta segunda (2).
Cristovam e Izalci
O encontro da sigla será realizada na sede nacional do PDT em Brasília, a partir das 20h. A expectativa é de o presidente da CLDF, Joe Valle, anunciar, no encontro, o fim das tratativas que envolvem tanto Frejat quanto uma possível dobradinha com Cristovam Buarque (PPS). O senador pretende disputar a reeleição pela terceira via, grupo com adesão de seis partidos no momento e fechado em torno do tucano Izalci Lucas como postulante a governador.
Joe Valle havia ficado responsável por formar alianças, mas sem sucesso e sofrendo pressões dentro do próprio partido, não conseguiu fechar a participação dos pedetistas em nenhuma das chapas já postas.
A situação se complicou com as últimas declarações do próprio Frejat, que aparentemente desistiu de Joe como senador em sua coligação. Com isso, Peniel Pacheco surgiu como principal nome para uma candidatura que fortaleça o palanque do presidenciável Ciro Gomes no DF.
PSB fora do baralho
“O que está certo é que não estaremos com o Rollemberg de forma alguma. Essa é uma decisão fechada no partido e que não dependerá de decisão do diretório nacional. O Peniel seria o melhor nome, por ter experiência”, afirmou um membro da executiva local, sob condição de anonimato.
Ainda sem definição concreta sobre o lançamento de sua pré-candidatura, o ex-distrital Peniel Pacheco se declarou honrado por ser lembrado e disse estar à disposição do partido, como um “soldado”.
Sou soldado do partido. Queremos fortalecer a legenda e o palanque do Ciro Gomes. Durante muito tempo, o PDT deu apoio para eleger outros, mas o partido têm estatura para usá-la ao nosso favor. Não me lancei a nenhum cargo majoritário. Vou me colocar como soldado para acolher a decisão majoritária do PDT, após a reunião desta terça-feira
Peniel Pacheco, ex-distrital e possível pré-candidato do PDT a governador
Oficialmente, o deputado Joe Valle sustenta ainda não ter definido seu destino: “A decisão virá na reunião desta terça”.
Outro nome ainda no páreo é o do igualmente ex-distrital Fábio Barcellos. Ele garante que nada está certo e diz confiar nas negociações encaminhadas por Joe Valle. Mas, como vice-presidente do PDT-DF, avisa que o partido não terá representante no palanque de Rollemberg, mesmo se a ordem vier da executiva nacional.
“Com o Rollemberg não tem jeito. Tudo que aconteceu conosco não permite nem a boa vontade de sairmos juntos. Ele não tem nenhuma harmonia com o cargo [de governador] e com os servidores”, disse Barcellos. “[Se determinado nacionalmente] O partido estaria com ele, mas sem os membros da legenda. Ele foi ruim para o PDT. Tanto o governo quanto a incompetência pertencem ao Rollemberg”, acrescentou Barcellos, que prefere só comentar sobre a possibilidade de vir a ser o pré-candidato pedetista ao Buriti após a reunião da executiva nesta terça.
Vídeo
Parte da legenda já vinha se manifestando contrária a uma aliança com o grupo encabeçado por Jofran Frejat, por conta da participação do ex-vice-governador Tadeu Filippelli (MDB) e do ex-governador José Roberto Arruda (PR). Um vídeo que mostra Arruda participando de evento da pré-campanha de Frejat azedou o clima de vez e tornou praticamente inviável uma aliança do PDT com o PR.
“Não tem jeito. Depois desse vídeo do Arruda, fica insustentável mantermos conversa com o outro lado [Frejat], porque ele tem andado em má companhia. Por melhor pessoa que o Frejat seja, são essas pessoas que vão governar com ele. Como podemos participar disso?”, revoltou-se um integrante da executiva do PDT-DF.