Cela de Rocha Loures na Papuda fica em ala de policiais presos
Ex-assessor especial de Michel Temer não terá contato com o operador Lúcio Funaro e dividirá cela com outros nove detentos
atualizado
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Recém-chegado ao Complexo Penitenciário da Papuda, o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) ficará na cela de número 1 do Bloco A, no Centro de Detenção Provisória (CDP), com outras nove pessoas.
Loures, que estava preso desde sábado (3/6) na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, chegou por volta das 16h30 na Papuda. Em seguida, os agentes de atividades penitenciárias conferiram os pertences do ex-parlamentar antes de encaminhá-lo ao Bloco A, na ala reservada a policiais e ex-policiais civis que cumprem pena ou mandado de prisão.
No local há 65 presos, todos com menos de 60 anos e com curso superior completo. Eles estão divididos em alas segundo o tipo de situação de cada detento: os que estão em prisão preventiva e os do regime semiaberto que ainda não conseguiram emprego.Cabelos não serão raspados
Segundo fontes ouvidas pela reportagem, Loures não demonstrou abatimento e estava tranquilo ao chegar ao presídio. Antes da transferência, a defesa dele havia pedido ao ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), que o cliente não tivesse os cabelos raspados. O pedido será parcialmente atendido: o ex-deputado não precisará passar a máquina, mas a cabeleira será cortada.
Encaminhado ao Bloco A, o ex-parlamentar está isolado de Lúcio Funaro, também preso na Lava Jato, que encontra-se no Bloco B. Funaro é apontado como operador do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que encontra-se detido em Curitiba sob a acusação de desvios de recursos da Petrobras. As autoridades decidiram que seria melhor manter Funaro e Rocha Loures separados.
Ex-assessor especial do presidente da República, Michel Temer, hoje Loures é visto com ressalvas pelo Palácio do Planalto, pois uma eventual delação poderia complicar ainda mais a situação do governo federal. O ex-deputado foi flagrado pela Polícia Federal recebendo uma mala com R$ 500 mil em propina paga por executivos da JBS.
Apontado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, como “verdadeiro longa manus” de Temer, o ex-assessor está preso desde sábado (3) por ordem do ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).