Robério despeja bloco PT/PSol de sala e distritais reagem: “Crápula”
O segundo secretário da Casa disse que medida garante isonomia com outros partidos. Petistas alegam intolerância e perseguição
atualizado
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Guerra antiga, o segundo secretário da Câmara Legislativa (CLDF), Robério Negreiros (PSD), e o líder do PT na Casa, Chico Vigilante, entraram em conflito novamente. No último fim de semana, o pessedista determinou a retirada dos equipamentos de uma das salas da liderança, no segundo andar do prédio, abrindo um novo capítulo na briga entre os dois deputados distritais.
Segundo Robério, existem duas salas para os servidores do bloco PT/PSol, o que seria desproporcional com os demais grupos da Casa. “Estamos trabalhando com a isonomia. Cada um terá direito a uma sala. Então, serão seis salas para as lideranças, e cada bloco ocupará uma delas. Não interessa se tem três membros – número mínimo para se formar o grupo – ou 10. Todos terão o mesmo espaço”, argumentou o segundo secretário.
Por sua vez, Chico Vigilante afirmou que a equipe não cabe em apenas uma sala e, desde a transferência da sede do Legislativo local para o atual prédio, ela ocupa o mesmo espaço. “Isso é coisa de um crápula. Os servidores disseram para ele entrar em contato comigo e ele não fez. Entrou lá na calada da noite, num final de semana, quando não tinha ninguém e tirou nossas coisas”, protestou o petista.
O líder prometeu levar o caso ao presidente da CLDF, Rafael Prudente (MDB). “Enquanto não resolverem essa situação, vamos ocupar o corredor”, prometeu. Vigilante chegou a gravar um vídeo em frente à porta, que recebeu um cartaz com os dizeres “democracia e resistência” (veja abaixo).
Robério Negreiros negou que a atitude tenha sido um ataque pessoal ao desafeto. Ele disse que o mesmo ocorreu com o deputado Reginaldo Sardinha (Avante), que ocupava uma sala maior. “Eu o avisei e ele entendeu que nesta legislatura pautaremos pela legalidade.”
O segundo secretário afirmou, ainda, que avisou sobre as mudanças a um servidor responsável pela sala, na sexta-feira (1°/2), e foi informado que a liderança é a mais atuante da Casa e faz levantamento de informações para subsidiar os deputados do partido e de outros blocos. Ainda assim, o deputado disse que a redução de espaço se trata de isonomia.
Nesta segunda-feira (4/2), o bloco PT/PSol divulgou uma nota dizendo que a medida foi “arbitrária e sem precedentes nesta Casa, feita à força, sem comunicação oficial, sem observância dos procedimentos próprios do Serviço Público, num completo e absurdo ato de intolerância e perseguição política do 2º Secretário”. De acordo com o texto, a liderança ficou sem condições de trabalhar.
Além de Vigilante, fazem parte do grupo Arlete Sampaio (PT) e Fábio Felix (PSol). Segundo eles, Robério não teria poderes para lacrar as salas. “Por isso, a liderança espera que a Mesa Diretora determine a imediata anulação do ato arbitrário do Diretor de Administração e Finanças e devolva o espaço usado para desenvolver os seus trabalhos”, conclui a nota.