Religiosos de matriz africana pedem espaço em governo Ibaneis
Em reunião com equipe de transição, foram expostas as reivindicações do segmento, como revitalização e maior segurança à Prainha
atualizado
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Representantes das religiões de matriz africana e de terreiros no Distrito Federal se reuniram com a equipe de transição do governador eleito Ibaneis Rocha (MDB). Foram expostas as reivindicações do segmento, como revitalização e maior segurança à Prainha, na Orla do Lago Paranoá, ao lado da Ponte Costa e Silva.
Em carta entregue a integrantes da próxima gestão, o grupo solicita, também, estender aos terreiros benefícios dados aos templos cristãos: cessão de terrenos, acesso a recursos para manutenção, isenção de impostos e atendimento espiritual em hospitais e presídios.
Adna Santos, conhecida como Mãe Baiana, afirma que a comunidade quer fazer parte do futuro governo assim como está presente no atual. “Nós temos pessoas nos conselhos de Cultura e de Diversidade Religiosa. É um meio de reivindicar as nossas necessidades”, reforçou.
Mãe Baiana conduz o Ilê Axé Oyá Bagan, terreiro que foi consumido por um incêndio em 2015. O acidente levou à criação de uma delegacia especial para apurar crimes de ordem religiosa. Segundo laudo pericial, entretanto, o fogo teve início após um curto-circuito.
Ela menciona a possível criação de uma Secretaria da Diversidade Religiosa e completa que os representantes de matrizes africanas querem ser ouvidos. “É preciso que o nosso povo esteja também inserido. Nós sempre somos perseguidos”, destacou.
Em novembro, Ibaneis ventilou a possibilidade, caso não pudesse agregar o assunto à Secretaria de Relações Institucionais.
À época, o governador eleito sustentou ser preciso ter uma forma de articulação que atenda todos os grupos religiosos, mas que deixe a sociedade livre para escolher qual religião quer.
Dentro da equipe de transição está dada como descartada a criação de uma secretaria, mas o assunto pode ficar aos cuidados de subsecretaria.