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Pros destitui presidente, acusado de desvios e agressão à filha

Ao longo dos últimos anos, Eurípedes Júnior se envolveu em uma série de polêmicas. O interino no comando da sigla será Marcus Chaves

atualizado

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Reprodução/Pros-DF
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1 de 1 euripedes-1 - Foto: Reprodução/Pros-DF

O presidente nacional do Partido Republicano da Ordem Social (Pros), Eurípedes Júnior, foi destituído do cargo após reunião do diretório nacional da sigla realizada neste sábado (11/01/2020), em Brasília.

Por unanimidade, os integrantes da legenda aprovaram as medidas disciplinares previstas no estatuto. Para eles, a permanência de Eurípedes Júnior ficou “insustentável” após inquérito da Polícia Civil de Goiás que foi remetido à Justiça Federal, acusando o agora ex-presidente de desvio dos recursos do Fundo Partidário e do Fundo Eleitoral, além de lavagem de dinheiro.

Em outro caso, ocorrido em 8 de janeiro deste ano e revelado pelo Metrópoles, Eurípedes é acusado de agredir fisicamente a própria filha na sede da sigla, em Planaltina de Goiás, no Entorno do Distrito Federal.

A destituição do presidente foi informada pelo Pros por meio de nota oficial. No documento, o partido levanta inconsistências no patrimônio de Eurípedes Júnior.

“Desde 2015, quando Eurípedes Júnior adquiriu um helicóptero no valor de R$ 2,4 milhões para uso pessoal e com recursos do Fundo Partidário, os membros do diretório nacional e a maioria dos filiados passaram por um grande constrangimento público, tendo como consequência considerável número de desfiliações. Inúmeros foram os apelos, na época, para que o então presidente declinasse da compra ou do uso da aeronave, sem êxito”, diz o partido por meio de nota.

Depois da denúncia e dos pedidos, segundo integrantes do Pros, a legenda passou a ter uma administração ditatorial, “sem democracia e transparência, guiada por interesses pessoais do presidente e seu restrito grupo político, que não chega a 10 membros”, informa documento.

“Não restou alternativa à direção nacional. Foi preciso fazer valer o uso dos dispositivos previstos no estatuto partidário para encerrar a escalada de desmandos, evitar o desvio dos recursos públicos e preservar a imagem da instituição e dos seus milhares de filiados em todo o Brasil”, justifica a nota da agremiação.

Para restabelecer a gestão partidária, foi instituída uma comissão executiva nacional provisória, que será presidida pelo membro do diretório nacional, Marcus Vinicius Chaves de Holanda, a quem caberá realizar a transição até a próxima convenção nacional.

O advogado do diretório nacional do Pros, Bruno Pena, afirmou que não reconhece a destituição e que Eurípedes continua presidente da legenda.

“Essa foi uma tentativa fracassada de golpe de pessoas que vinham tentando forjar uma reunião do diretório nacional”, afirmou.

Segundo o defensor, na segunda-feira (13/01/2020), a Justiça será acionada para que seja declarada nulidade do ato que “alega destituição”.

Agressão contra a filha

Em 8 de janeiro deste ano, Eurípedes foi acusado de agredir fisicamente a própria filha. A briga teria sido motivada por uma discussão envolvendo um veículo em nome do político.

Em depoimento prestado na Delegacia de Planaltina de Goiás, a filha de Eurípedes afirmou que sua relação com o pai começou a ficar “conturbada” em 2017, quando ele se separou da mãe. Segundo relatou aos policiais, o político “parou de pagar sua faculdade e a demitiu do serviço”.

Em decorrência do episódio, os dois não se falaram por um ano, mas voltaram a ter contato em 2018. No dia 8, o presidente do Pros teria procurado a jovem pedindo que ela fosse à sede do partido, pois “precisava do carro dela e iria lhe pagar R$ 15 mil pelo veículo”.

A vítima narra que não aceitou a proposta do pai e, “para não brigar, se levantou e saiu”. Eurípedes, então, conforme consta no depoimento, teria tomado a chave da mão da filha e “passou a lhe dar tapas e pontapés”.

As agressões não teriam cessado nem quando ela conseguiu entrar no carro. Neste momento, Eurípedes a teria puxado do veículo e a jogado no chão.

A violência foi atestada em relatório médico solicitado pela Polícia Civil goiana. No documento, o médico legista afirma que a vítima apresentava “marcas de dente (duas) e edema em quadril direito”.

Em nota, a defesa de Eurípedes Júnior creditou a denúncia a adversários políticos. Os advogados classificaram o episódio como “um lamentável incidente familiar”.

“Eurípedes financiou um carro para a filha, que se comprometeu a ir pagando as prestações restantes. No entanto, em razão da filha não ter pagado nenhuma das prestações, o pai a chamou para conversar e decidiu retomar o carro”, disse a defesa na época em que o caso veio à tona.

Ainda de acordo com os advogados, “depois de perder o carro, a filha procurou a delegacia para registrar o fato em desfavor do próprio pai. É lamentável que um pai ao buscar corrigir a filha, tenha um conflito familiar exposto na imprensa”.

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