Projeto na CLDF pretende criar dia da marcha contra o aborto
Proposta do distrital Martins Machado (PRB) recebeu duras críticas da colega Arlete Sampaio (PT)
atualizado
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Os debates sobre o direito da mulher em manter ou interromper uma gravidez pode voltar à tona na Câmara Legislativa (CLDF). O Projeto de Lei nº 421/2019, de autoria do deputado distrital Martins Machado (PRB), pretende criar o Dia da Marcha Distrital da Cidadania em Defesa da Vida – Contra o Aborto. A matéria está na pauta de votações mesmo sem ter tramitado em qualquer uma das comissões.
Segundo o PL, a vida do embrião deve ser respeitada desde a sua concepção até a morte natural, após o nascimento. Em sua justificativa, a proposta diz que o ato de abortar desrespeita a dignidade humana, por isso são necessárias campanhas para conscientizar a população.
“Assim como eu, muitas pessoas acreditam na vida a partir da sua concepção. Por isso, a inclusão da marcha no calendário oficial de eventos. Respeito as opiniões contrárias ao tema, mas acredito que nosso maior papel é defender a vida”, destacou Martins Machado.
Defensora do direito de escolha da mulher, a deputada Arlete Sampaio (PT) criticou a proposta do colega. “Quem defende a vida a defende em todos os seus estágios. Não pode defender a tortura, nem a liberação de armas. Há uma postura ideológica e autoritária de setores da igreja que procedem como se fossem Deus”, disparou a distrital.
“Este Deus nos deu o livre arbítrio. Cabe às mulheres decidirem sobre o seu próprio corpo. O Brasil é um país onde à mulher é negado o planejamento familiar e onde elas são discriminadas na busca pelo emprego simplesmente pelo fato de engravidarem”, completou a petista.