Privatização do Metrô é tema de audiência na Câmara Legislativa
Evento foi realizado nessa segunda-feira (03/06/2019). Metrovários estão em greve há um mês
atualizado
Compartilhar notícia
O diretor de Operações e Manutenção do Metrô, Flávio Murilo Prates, afirmou, nessa segunda-feira (03/06/2019), na Câmara Legislativa, que o governo só conversará com os trabalhadores sobre a privatização da companhia quando for definida a vencedora da Proposta de Manifestação de Interesse (PMI).
Prates foi o escolhido para representar a Secretaria de Mobilidade Urbana do Distrito Federal (SMU) na audiência “Defesa do Metrô”, que contou com a participação de servidores da empresa e dos deputados Fábio Felix (PSol) e Leandro Grass (Rede), além de especialistas em transporte público.
“Atualmente, estamos fazendo um estudo para escolher um modelo de parceria viável. Pelo menos 12 empresas já nos procuraram e apresentaram propostas. Estamos vendo qual é a melhor”, disse Prates. No final do encontro, ele se comprometeu a realizar uma audiência pública com os trabalhadores para apresentar o modelo de Parceria Público-Privada (PPP) decorrente da PMI.
Autor de um requerimento pedindo dados da companhia, o deputado Fábio Felix cobrou o representante da SMU publicamente sobre as respostas. A convocação do secretário de Mobilidade, Valter Casimiro, chegou a ser cogitada durante o encontro, mas não ocorreu, mesmo após o não comparecimento ao encontro.
Representantes dos metroviários lembram que a categoria continua em greve e pediu aos servidores presentes para “não abrir mão dos direitos”.
Outra posição defendida pelo assessor jurídico do Sindicato dos Metroviários, Israel Almeida Pereira, é que a privatização ou realização de uma PPP pode não ser benéfica para a companhia, uma vez que é alta a dívida da empresa.
“O governo está em uma grande contradição. Ele diz que tem déficit e precisa buscar recursos na iniciativa privada. Mas quem vai querer assumir esse déficit? Aí vem a parceria público-privada, a empresa que entrar vai assumir também a dívida, que hoje é de cerca de R$ 125 milhões”, disse Pereira.