Presidente do SindMédicos ameaça e diz que servidores vão travar a máquina pública. Veja vídeo
Declaração foi gravada em vídeo, no fim de outubro. Gutemberg Fialho falou também em boicote ao governo nos próximos quatro anos
atualizado
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Um vídeo compartilhado pelas redes sociais mostra o presidente do Sindicato dos Médicos, Gutemberg Fialho, afirmando que se o governo não tomar nenhuma providência, a categoria pode até voltar a trabalhar, “mas serão quatro anos travando a máquina pública, boicotando o governo”. A declaração foi dada em reunião realizada em 20 de outubro, quando Fialho negociava com integrantes do governo o pagamento do reajuste salarial.
A relação do SindMédicos com o governo está desgastada desde o início do ano, quando o sindicato não conseguiu emplacar um nome para a Secretaria de Saúde. Depois, os ânimos acirraram com a suspensão do pagamento do reajuste salarial da categoria.
Para o sindicato, a declaração não significa uma ameaça do presidente, mas um alerta do que pode vir pela frente. “O servidor público, sim, tem motivos e se sente ameaçado a cada dia. Se ilude o governo ao pensar que vai ter a boa vontade de um trabalhador submetido a essas situações”, diz nota publicada no portal da entidade.
Em greve desde 8 de outubro para exigir melhores condições nos hospitais, compra de materiais e o reajuste salarial prometido a 32 categorias ainda no governo de Agnelo Queiroz, o SindMédicos disse que a maior ameaça ao governo é “a pouca capacidade que tem mostrado na gestão da coisa pública, é a inabilidade de lidar com os trabalhadores e com as forças que movem a política.”
Sem polemizar
O Chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, assistiu ao vídeo e declarou não acreditar que um médico renomado, líder de uma categoria tão respeitada, tenha expressado o que realmente sente. Preferiu não polemizar, já que a ordem do Palácio do Buriti é negociar.
“Na minha visão, foi um momento de desabafo quando os ânimos estavam acirrados por conta do impasse do reajuste salarial. Tenho certeza de que o dr. Gutemberg não expressou, inclusive, a visão da categoria que representa. Brasília precisa da união neste momento de crise. Estaremos juntos para buscar soluções.”