Presidente do Sindepo reage a “textão” de Leany Lemos: “Hipocrisia”
Indignado, Rafael Sampaio expôs salário alto da secretária de Planejamento como servidora de nível médio do Senado
atualizado
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O “textão” publicado no Facebook pela secretária de Planejamento, Orçamento e Gestão do Distrito Federal, Leany Lemos, na madrugada dessa segunda-feira (12/2), foi duramente criticado pelo presidente do Sindicato dos Delegados da Polícia Civil do DF (Sindepo), Rafael de Sá Sampaio, também nas redes sociais.
Líder de uma das categorias que brigam por reajuste salarial desde o início do governo Rodrigo Rollemberg (PSB), Sampaio divulgou os ganhos da chefe da pasta do Planejamento tanto no GDF quanto no Senado Federal, onde Leany é servidora concursada.
Em sua postagem, a secretária critica servidores que pedem reajustes salariais em tempos de crise para o GDF. Ainda de acordo com ela, parte deles recebe até 77% acima do que ganham profissionais executando a mesma função no mercado.
Em resposta à postagem, Sampaio critica a “hipocrisia” de Leany e apresenta os ganhos da secretária como servidora de ensino médio do Senado Federal. Segundo a pesquisa do delegado no site da transparência da Casa, em dezembro de 2017, ela recebeu – apenas do Congresso – pouco mais de R$ 23 mil. Outros R$ 6,3 mil foram pagos pelo GDF, além da participação de R$ 1,3 mil referente a jeton.
“A gente fica indignado com esse tipo de comentário vindo do alto escalão do governo, que mentiu para manter o controle sobre a Polícia Civil. Como uma servidora de ensino médio ganha R$ 30 mil do Senado e questiona o fato de um delegado com ensino superior receber R$ 15 mil? A régua que ela usa para medir os servidores, estamos usando para medi-la também”, declarou o presidente do Sindepo.De acordo com Rafael de Sá Sampaio, desde 2009, os policiais civis não recebem aumento. A categoria pede equiparação com os salários dos agentes da Polícia Federal.
Ele afirma que membros do governo se comportam como se a culpa da crise financeira do Distrito Federal fosse apenas dos servidores e critica os valores recebidos pelo primeiro escalão do Executivo. “Eles [secretários] são extremamente caros”, comenta.
“Ataques pessoais”
Em nota, a secretária Leany Lemos disse lamentar que sua “reflexão sobre políticas públicas e governabilidade” tenha gerado ataques pessoais e não críticas no campo das ideias. Ela justifica, ainda, seu alto salário: como servidora do Senado, afirma, os proventos se devem a cargos de importância em comissões e gabinetes de senadores.
A secretária completa, dizendo que recebe, somados os vencimentos no GDF e do Senado, R$ 28.952,61, e que ele possui titulações que lhe conferem adicionais, como a de mestre e doutora.