Pré-candidato a distrital, ex-presidente da TCB é acusado de coação
TRE e MPDFT apuram denúncia de servidores da empresa do GDF que estariam sendo obrigados a colar adesivo de André Brandão em seus carros
atualizado
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O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF) e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) apuram denúncia de “assédio eleitoral” supostamente cometido pelo ex-presidente do TCB André Brandão. Servidores da empresa pública de ônibus dizem ter sido obrigados a colar em seus carros um adesivo com o nome do pré-candidato a deputado distrital pelo Podemos.
Segundo a denúncia, quem recusasse a usar o adesivo do pré-candidato e curtir postagens dele nas redes sociais era ameaçado de exoneração do TCB. O MPDFT informou que a acusação foi protocolada na Ouvidoria do MPDFT na terça-feira (19/6). Ela será distribuída a uma Promotoria de Justiça e analisada. Só então o Ministério Público irá se posicionar a respeito.
Já o TRE-DF informou que os adesivos distribuídos e colados nos carros não caracterizam propaganda eleitoral antecipada. Porém, se for confirmado o “pedido explícito de voto, a menção à pretensa candidatura e a exaltação das qualidades pessoais dos pré-candidatos”, a prática pode confrontar a legislação eleitoral.
O Tribunal também informou que o Ministério Público Eleitoral vai investigar o caso. Se a irregularidade for confirmada, Brandão pode ser multado e ter até a iminente candidatura cassada.
“Desafio alguém a mostrar eu fazendo algum achaque. Isso é mentira. Está ocorrendo briga interna política lá e algumas e pessoas querendo procurar assuntos”, rebateu André Brandão. Segundo ele, as mudanças estruturais na empresa teriam ocasionado a denúncia.
O atual presidente do TCB, Flávio Henrique da Costa, acredita que o caso pode ter sido motivado por perseguição e informou não ter recebido qualquer notificação sobre a denúncia.
“Assumi a TCB em 11 de abril e é normal que modificações sejam feitas na equipe, em prol de resultados e pelo perfil dos cargos. Parece que houve insatisfação de algumas pessoas. Tinha gente ali que estava ocupando cargo comissionado há 18 anos, alguns sem capacidade técnica. As trocas são inerentes”, defende-se Flávio Costa.
A TCB ressaltou que “qualquer irregularidade, se confirmada, acarretará no afastamento imediato do envolvido, que pode responder pelas ações que lhe forem imputadas”.
Informou ainda que André Brandão não preside a companhia desde 6 de abril deste ano, quando se afastou em cumprimento à legislação eleitoral. Por fim, a direção da empresa afirmou desconhecer a investigação.