Posse da Mesa da CLDF quebrou todos os protocolos. Veja bastidores
Metrópoles listou oito momentos em que o auditório da Câmara pareceu receber qualquer cerimônia, menos a posse da nova Mesa Diretora
atualizado
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Com direito a xingamento, pedido de palmas para os parentes e vice-governador criticando ações do governo, como o aumento da tarifa do transporte público, a posse da nova Mesa Diretora da Câmara Legislativa foi marcada por quebra de protocolos e palanque para discursos pessoais dos deputados. Em vários momentos, o novo presidente da Casa, Joe Valle (PDT), que seria a estrela principal do dia, ficou como coadjuvante.
Além disso, o encontro ficou registrado por articulações e discursos que começam a desenhar a disputa eleitoral de 2018. O ex-vice-governador do DF Tadeu Filippelli (PMDB) esteve na cerimônia. Principal negociador para emplacar o nome de Wellington Luiz (PMDB) na vice-presidência da Casa, Filippelli foi citado por praticamente todos os que subiram à tribuna para discursar.Antes de deixar a Câmara, ele ainda criticou Rollemberg: “Vejo que o governador está se isolando politicamente. Ele não reconhece os gestos dos políticos que querem ajudar, não debate”. De férias, o socialista não participou da posse.
1. Palmas para…
Beijos para os familiares ocuparam grande parte do discurso dos deputados. Sandra Faraj (SD), primeira secretária da Mesa, pediu palmas para a mãe, para o irmão, para Deus e para o marido. Ela fez questão de contar que ele é embaixador militar do Brasil na Argentina. A pastora também agradeceu pelos parentes que vieram da Alemanha e da Austrália para prestigiar a sua posse. Em seguida, o vice-presidente, Wellington Luiz (PMDB), assumiu o discurso e disse que, diferentemente da deputada, os parentes dele vieram do Piauí, do Maranhão e da Bahia. Arrancou aplausos e risadas do público e completou: “Sandrinha, sabia que ganharia de você, porque aqui todo mundo é nordestino.”
2. Arrotando carne seca:
Conhecido por falar muito, Wellington Luiz disse no microfone que Joe Valle prometeu pagar um almoço com carne seca, caso ele fosse rápido no discurso. Sem papas na língua, quis dividir com o público que não aguentava mais o cardápio, já que toda reunião entre os deputados era no mesmo lugar. “Passei uma semana arrotando carne seca”, ressaltou ao microfone, em meio ao auditório lotado. No fim do discurso, ao ser chamado atenção pelo tempo, ainda soltou um “puta merda, é mesmo!”.
3. O público:
Apontado pela Operação Drácon como emissário da propina, o ex-servidor Alexandre Cerqueira atraiu atenções ao chegar no auditório da Câmara Legislativa para acompanhar a posse. Exonerado do cargo de secretário-executivo da Terceira Secretaria da Casa por suspeitas de corrupção, Cerqueira sentou-se em uma fileira reservada aos parlamentares. Depois, participou do coquetel oferecido no Foyer da Câmara.
4. Filippelli, Santana e Barbosa
Joe Valle, que seria o centro das atenções na posse, acabou sendo ofuscado por ataques feitos por políticos ao governador Rodrigo Rollemberg (PSB). Os discursos e os presentes deram uma mostra das articulações para as eleições de 2018. Representando o GDF, já que Rollemberg está de férias, o vice-governador Renato Santana (PSD) fez críticas ao governo. No momento de descontração, sorriu e brincou com o ex-vice-governador do DF Tadeu Filippelli (PMDB) e o ex-deputado Milton Barbosa, irmão de Durval Barbosa, delator da Operação Caixa de Pandora.
5. “Vice é vice”
Ao ser chamado para compor a Mesa, o vice-presidente, Wellington Luiz, sentou-se no lugar de Joe Valle. Logo, Juarezão (PSB), que comandou interinamente a Casa e presidia a sessão de posse, usou o microfone para chamar a atenção, em tom de brincadeira: “Já quer tomar o lugar do Joe, moço?”. Wellington puxou o microfone da mão de Juarezão e se justificou: “vice é vice, bicho”. Logo depois, se sentou no seu devido lugar.
6. Ajuda para assinar a posse
Como quebrar protocolo foi o que mais aconteceu durante a posse da nova Mesa Diretora, o terceiro secretário, Raimundo Ribeiro (PPS), agradeceu a presença da família e dividiu com o público a tentativa que fez de convencer a neta a assinar o termo de posse com ele, mas a garota, que acompanhava a cerimônia da plateia ao lado dos pais, negou a exposição.
7. Ausências
A cerimônia de posse marcada na manhã seguinte à virada do ano não atraiu todos os 24 parlamentares da Casa. Além da ausência de toda a bancada do Partido dos Trabalhadores, que disputou a vice-presidência, mas não conseguiu a vitória, deputados que integram a Mesa, como Robério Negreiros (PSDB), segundo secretário, e Cristiano Araújo (PSD), suplente da terceira secretaria, não acompanharam a posse no primeiro dia de 2017. A ex-presidente Celina Leão (PPS) também não foi ao evento. Mandou apenas uma carta lida para Joe.
8. Climão
Integrando a cerimônia como representante do Executivo, o vice-governador do DF, Renato Santana (PSD), fez críticas ao governo. Disse que não se candidatou para ser “figurativo”, reclamou por ter ficado sabendo do aumento da passagem pela imprensa e aproveitou o microfone para puxar sardinha para o aliado Rogério Rosso (PSD), deputado federal, falando que o governador-tampão do DF em 2010 não aumentou a tarifa de ônibus quando esteve à frente do Buriti. Criticou ainda a falta de atitudes do governo com melhorias no atendimento feito pela ouvidoria, “quando o mundo inteiro fala em tecnologia digital, a daqui é discada, pelo 156”, disparou, falando que a afirmação era para cutucar o governo mesmo.