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PMDF e bombeiros querem mesmo salário líquido da Polícia Civil

Em reunião no Buriti nesta terça (26), ficou definido que categorias vão elaborar proposta de reajuste e entregá-la ao GDF até dia 12

atualizado

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JP Rodrigues/Metrópoles
polícia  militar
1 de 1 polícia militar - Foto: JP Rodrigues/Metrópoles

A reunião emergencial convocada pelo Palácio do Buriti no fim da tarde desta terça-feira (26/2) para arrefecer os ânimos de associações que representam a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e o Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF) terminou com a missão parcialmente cumprida.

Ao mesmo tempo em que o GDF ganhou tempo, um novo problema começa a se desenhar: as corporações anunciaram que querem receber os mesmos salários líquidos que a Polícia Civil. E ficou acordado que as entidades vão apresentar ao governo uma proposta de reajuste até o próximo dia 12. Até lá, serão feitas reuniões com o secretário de Fazenda, Planejamento e Gestão, André Clemente, representantes das categorias e do governo.

A ideia é levar o projeto ao governador Ibaneis Rocha (MDB) e, posteriormente, ao Congresso, uma vez que as remunerações das forças de segurança pública do Distrito Federal são bancados com recursos do Fundo Constitucional do DF. O objetivo dos militares é se chegar ao que eles definiram como “simetria salarial pelo valor líquido” em relação à PCDF.

“Não estamos brigando contra o aumento da Polícia Civil. Acontece que, num contexto em que as corporações trabalham juntas, se faltar de algum lado, o sistema não funciona. Então, como um pode ganhar R$ 30 mil e outro R$ 20 mil? Não estamos incomodados com o bruto, queremos ganhar o mesmo no líquido, algo que não seja discrepante”, afirmou o presidente da Associação dos Policiais militares Estaduais do Brasil (AmeBrasil), coronel Wellington Corsino.

Confira, nos links abaixo, os salários recebidos no DF pela:

Polícia Militar

Polícia Civil

Corpo de Bombeiros

Crise
Os problemas se intensificaram nesta terça (26). Após forte pressão e ameaças de policiais militares e bombeiros, o Palácio do Buriti convocou reunião com representantes da categoria e deputados. Por volta das 17h, foi iniciado encontro para debater os reajustes das categorias.

A crise foi deflagrada com a reação do governador Ibaneis à nota divulgada na segunda-feira (25) pelo Fórum das Associações Representativas dos Policiais e dos Bombeiros Militares. A entidade afirmou que “não aceitará, em nenhuma hipótese, aumentos diferenciados entre a Polícia Civil e os militares do DF”.

Na manhã desta terça (26), Ibaneis subiu o tom e disse que, embora esperasse uma solução pacífica, não aceitaria que as categorias adotassem medidas que prejudiquem a segurança da população. “Eles têm uma legislação muito rígida e eu vou aplicá-la também, a qualquer momento, se for necessário. Acho que, pelo lado do entendimento, nós temos como evoluir muito.”

Com a repercussão negativa nas tropas, que já ameaçavam “operações tartaruga”, nas quais reduzem drasticamente o ritmo dos trabalhos, Ibaneis chamou representantes das corporações para conversar.

Foram ao Buriti o coronel da PMDF Mauro Manoel Brambilla, coordenador do Fórum das Entidades Representativas dos Policiais e Bombeiros Militares do DF, além de vários presidentes das associações de oficiais de praças das duas corporações; o secretário de Segurança Pública, Anderson Torres; o presidente da Câmara Legislativa, Rafael Prudente (MDB); o deputado distrital Hermeto (PHS); a comandante-geral da PMDF, Sheyla Sampaio; e a procuradora-geral do DF, Ludmila Lavocat.

Imagem cedida ao Metrópoles
Reunião na tarde desta terça-feira (26/2), no Buriti

 

Entenda a confusão
Pressionado por entidades que representam PMs e bombeiros desde que anunciou reajuste de 37% à Polícia Civil, Ibaneis Rocha disse, nesta terça (26), esperar que os militares brasilienses “tenham consciência e responsabilidade” na discussão sobre o aumento salarial da categoria.

O governador disse ainda que PMs e bombeiros “estão falando [sobre a proposta] sem qualquer tipo de conhecimento, infelizmente. E sem acreditar num governo que tem se mostrado de uma credibilidade enorme, um governo que tem dado mostras de que cumpre compromissos. Então, eles estão se antecipando a uma discussão que ainda está sendo travada”.

A preocupação do Palácio do Buriti é com o discurso de lideranças de setores das duas corporações que tem incitado a tropa a se rebelar contra a possibilidade de um reajuste menor do que o oferecido à Polícia Civil. A proposta em elaboração pelo Palácio do Buriti pretende incorporar o auxílio-moradia pago às corporações, não atingindo o mesmo percentual de 37%.

Os militares, contudo, reclamam da falta de diálogo do GDF com os profissionais e lembram da possibilidade de acionar a Justiça para negociar reajustes em caso de negativa do governo. “Em acórdão recente, o STF [Supremo Tribunal Federal], ao julgar inconstitucional a greve da segurança pública, deu legitimidade para que os sindicatos e associações de servidores policiais representem seus associados junto ao governador de sua respectiva unidade da Federação”, afirmou o Fórum das Associações Representativas dos Policiais e dos Bombeiros Militares em nota.

Segundo o coronel Rogério Leão, membro da Asof, as associações defendem que PMs e bombeiros recebam uma recomposição no mesmo patamar da concedida à Polícia Civil, mas sem incluir a possível integração do auxílio-moradia nos salários das tropas. “Queremos reajuste igual aos valores pagos pelo governo federal em cima do nosso salário base. Incorporar o auxílio-moradia é outra coisa”, disse.

“O auxílio-moradia é um direito adquirido. Vamos analisar qual a melhor maneira de elaborar a proposta. Queremos algo respeitável, respeitando as estruturas das categorias. O governador abriu as negociações hoje”, acrescentou o coronel Brambilla.

Veja a nota divulgada na segunda-feira

Colaboraram Francisco Dutra, Suzano Almeida Otto Valle

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