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Planilha no celular de Liliane Roriz mostra divisão de cargos no GDF

A deputada distrital entregou o aparelho à força-tarefa da Operação Drácon, da qual ela foi colaboradora

atualizado

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Cldf discute a regulamentação do UBER em Brasília – Brasília
1 de 1 Cldf discute a regulamentação do UBER em Brasília – Brasília - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Uma planilha encontrada no telefone celular da deputada distrital Liliane Roriz (PTB) mostra como funcionava o loteamento de cargos na administração de Rodrigo Rollemberg (PSB) antes do início da Operação Drácon. A relação traz o nome de 16 deputados distritais, o local em que os indicados estavam lotados e a quantidade de cargos de cada um.

Num total, o governo de Rollemberg distribuía, segundo a planilha, 2.780 cargos para os parlamentares. Os deputados que constam com o maior número de indicações na época eram Raimundo Ribeiro (PPS) e Joe Valle (PDT), cada um com 650 indicações.

Ribeiro teria mais participação na Secretaria de Justiça, na Fundação de Amparo ao Trabalhador e em Sobradinho. Valle influenciava a Agricultura, a Ceasa, a Secretaria de Educação, Mulher, Trabalho e Transferência de Renda, além da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal e as administrações do Varjão e do Lago Norte.

Reprodução

 

Esses dados constam na planilha encontrada pelos investigadores do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) entre as imagens do celular de Liliane. Ela entregou o aparelho às autoridades no início da operação, da qual foi colaboradora.

A então presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, Celina Leão (PPS), teria 180 cargos na administração do DF. Número que deve ter se reduzido devido aos conflitos que ela teve com o governador. O atual presidente da CLDF, Juarezão (PSB), por sua vez tinha 50 cargos na época. Hoje, no mesmo partido de Rollemberg, pode ser que esses espaços tenham aumentado.

O outro lado
Por meio de nota, a distrital Telma Rufino (sem partido) disse que o número de 70 indicações “não condiz com a realidade” e que tem 55 pessoas nomeadas por ela na administração de Águas Claras.

Juarezão explicou, também por nota, que “é comum que parlamentares tenham participação na administração pública”, quando integram a base do governo, mas disse que “o registro quantitativo desses quadros, no entanto, parece um tanto arbitrário”. A deputada Sandra Faraj alegou desconhecer a planilha.

Liliane Roriz reconheceu que chegou a ter 60 cargos no Recanto das Emas, mas todos foram exonerados. O deputado Reginaldo Veras (PDT), que aparece com 20 cargos na lista, afirmou que tem apenas três cargos nas regionais de Ensino de Ceilândia, Taguatinga e Gama. Rodrigo Delmasso (PTN) disse que as indicações são da Executiva do seu partido, do qual ele é presidente.

Cristiano Araújo (PSD) afirmou que a lista é antiga e que os cargos estavam em seu poder até o início do ano, quando houve “um afastamento” entre ele e Rollemberg. O deputado Lira (PHS) respondeu que não vê problemas em ter espaço em um projeto de governo que apoia desde o segundo turno das eleições.

O deputado Joe Valle, que aparece com 650 cargos na planilha, ponderou que o número não condiz com a realidade e que os cargos nas pastas apontadas, em sua maioria, são do próprio partido do governador: o PSB. Os deputados Raimundo Ribeiro e Agaciel Maia (PR) não se posicionaram. Julio Cesar (PTB) não foi encontrado.

A deputada Celina Leão disse estranhar o fato de o laudo da Polícia Civil ter indicado que nada, além dos áudios, havia sido extraído do celular de Liliane Roriz, por estar protegido por senha, e agora aparece uma planilha. “Será que ainda não tem mais coisas escondidas que os investigadores não apresentaram?”, questionou a deputada.
A Secretaria da Casa Civil, Relações Institucionais e Sociais esclareceu que o preenchimento de cargos comissionados, seja na administração direta ou indireta, baseia-se na “compatibilidade da formação do profissional e na experiência dele com a função a ser exercida. Desta forma, a indicação política só é aceita caso os critérios acima sejam atendidos”.
Operação
A primeira fase da Operação Drácon foi realizada no dia 23 de agosto, quando investigadores do MPDFT e da Polícia Civil fizeram buscas na CLDF. Pouco tempo depois, os investigadores recolheram os aparelhos celulares de Liliane e de outros parlamentares, como Celina Leão (PPS), Bispo Renato (PR), Julio Cesar (PRB), Raimundo Ribeiro (PPS) e Cristiano Araújo (PSD).

Eles foram investigados por conta de uma emenda que direcionou R$ 30 milhões de sobras da CLDF para o pagamento de empresas de UTI que atuavam em Brasília. Os parlamentares teriam recebido propina pela operação.

Na última segunda-feira (21/11), o MPDFT denunciou os deputados envolvidos no caso por corrupção passiva. Já na terça-feira (22), o desembargador José Divino retirou o sigilo dos autos.

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