PGR não vê indício de participação de Rollemberg em corrupção na Saúde
O nome do governador é citado nas gravações que deram início às investigações da Operação Drácon
atualizado
Compartilhar notícia
A Procuradoria-Geral da República (PGR) devolveu ao Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) parte do inquérito da Operação Drácon, que investiga suspeitas de pagamento de propinas e desvio de dinheiro na saúde pública da capital federal. A apuração havia sido enviada à PGR porque o nome do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) é citado nos áudios que deram início às denúncias.
No parecer que determinou a devolução do inquérito, o vice-procurador-geral, José Bonifácio Andrada, afirmou que as referências a Rollemberg e a parentes do governador não foram acompanhadas de “quaisquer indícios de sua participação direta nos fatos narrados e tidos por ilícitos”.O documento também afirma que “os diálogos e documentos juntados aos autos apontam para a ocorrência de ilícitos em vários escalões da administração pública” do DF.
Ainda segundo Andrada, existe a possibilidade de que servidores públicos e deputados distritais estejam envolvidos no esquema denunciado: “Há todavia elementos suficientes para que se prossiga na apuração de alguns dos fatos que teriam resultado em favorecimento indevido a servidores públicos, empresas, organizações sociais, e membros da Assembleia Legislativa local”. No entanto, essas investigações devem ser capitaneadas pelo MPDFT.
Parecer da PGR sobre Rollemberg by Metropoles on Scribd
Investigações
As gravações que apontam um possível esquema de propina e desvio de dinheiro na saúde pública do DF vieram à tona em julho deste ano. Conversas entre a presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Brasília (SindSaúde-DF), Marli Rodrigues, o vice-governador Renato Santana (PSD) e o ex-secretário de Saúde Fábio Gondim vazaram e apontaram diversas suspeitas.
Entre os indícios de irregularidades, estava o superfaturamento na compra de kits contra a dengue por R$ 55 cada. O preço médio de mercado dos produtos, segundo Marli afirmou à CPI da Saúde, seria entre R$ 8 e R$ 22.
À época do depoimento de Marli aos deputados na CPI da Saúde da Câmara Legislativa, o GDF havia confirmado a compra dos kits por R$ 55 somente na gestão de Agnelo Queiroz (PT). Segundo o governo, na atual gestão, foram adquiridos kits por valores entre R$ 8 e R$ 9.