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Pedido de afastamento de distritais incendeia disputa na Câmara

Caso os cinco deputados denunciados pela Drácon sejam afastados pela Justiça, haverá mudança nas forças partidárias da Câmara Legislativa

atualizado

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Daniel Ferreira/Metrópoles
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1 de 1 Cldf - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

A escolha do nome que vai ocupar a presidência da Câmara Legislativa a partir de 2017 não depende apenas do voto dos 24 deputados distritais. Uma decisão do Conselho Especial do Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT) pode atrapalhar os planos de muitos candidatos, já que caberá aos desembargadores do colegiado julgar o pedido de afastamento cautelar dos cinco parlamentares denunciados pela Operação Drácon. A situação incendiou ainda mais a disputa pelo comando da Casa.

Caso seja acatado, haverá uma mudança nas forças partidárias no Legislativo local, o que vai influenciar na eleição da nova Mesa Diretora, marcada para o dia 15 de dezembro. O conselho se reúne às terças-feiras. Os distritais denunciados têm até o dia 7 de dezembro para se defenderem contra a solicitação de afastamento feita pelo Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT).

Celina Leão (PPS), Raimundo Ribeiro (PPS), Julio Cesar (PRB), Bispo Renato (PR) e Cristiano Araújo (PSD), se afastados, serão substituídos por Roosevelt Vilela (PSB), Virgílio Neto (PSDB), Leila Barros (PRB), Dr. Charles (PTB) e Washington Mesquita (PTB), respectivamente. Negociações em curso poderão voltar à estaca zero.

O Metrópoles ouviu três dos cinco suplentes. Washington Mesquita garante que não foi procurado por nenhum candidato em busca de votos. Mas não esconde a expectativa de retornar à Câmara. “Tive 12 mil votos. Mais do que oito deputados que estão na Casa. Acredito na Justiça.” Os outros dois contaram que já foram sondados. Porém, preferiram esperar a decisão do TJDF para se manifestarem oficialmente.

Diante do cenário, a oficialização do nome de Joe Valle (PDT) para o comando da Casa, na sexta (25), foi considerada prematura por alguns colegas. Apoiado pelo Bloco Sustentabilidade e Trabalho – que tem ainda o PV e a Rede -, o pedetista sabe que o seu futuro está condicionado a essa decisão. Principalmente porque disputa com Agaciel Maia (PR) a preferência do Palácio do Buriti.

Apoio do Buriti
Agaciel é a primeira opção do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) e será favorecido caso o grupo de Celina Leão perca os mandatos. Os suplentes, por outro lado, vão reforçar a sua candidatura. O bombeiro Roosevelt, socialista, e Leila Barros, secretária de Esportes, estão em sintonia com os desejos do chefe do Executivo local, para quem a eleição de Agaciel pode significar tranquilidade na aprovação de projetos de interesse do GDF na reta final de sua gestão.

“Eu sempre me comportei da mesma maneira, ajudando o governo. Não fico pegando o microfone para criticar. Talvez, por isso, se fale tanto o meu nome”, analisa Agaciel, que se apressa em dizer que não está no páreo ainda.

Renato Araújo/Agência Brasília

Embora tenha sido secretário de Rollemberg e integre a base de apoio do socialista, Joe Valle tem pregado pelos corredores da Câmara ser um parlamentar “independente”, o que tem criado resistência a seu nome.

“Se eu for presidente não vou deixar de colocar para votar projetos importantes, mas não é possível que cheguem projetos de manhã sem o tempo de discussão para serem votados à tarde”, afirma o pedetista.

Liliane Roriz
Isolada desde que grampeou seus pares e entregou as gravações para o MPDFT, abastecendo de provas a força-tarefa que investiga a destinação de emendas parlamentares a empresas privadas em troca de propina, Liliane Roriz (PTB) pode ganhar dois colegas de legenda: Dr. Charles e Washington Mesquita.

Numa disputa acirrada, três votos fazem muita diferença na contagem final. Tem que saber se ela combinou com os dois suplentes, ligados ao ex-senador Gim Argello antes de ele ser preso e condenado pela Lava Jato, para eles se aliarem a ela.

Michael Melo/Metrópoles
Distritais denunciados têm duas semanas para se defenderem na Justiça

 

Evangélicos
Um eventual afastamento dos cinco distritais denunciados atrapalha, também, os planos da chamada bancada evangélica. O grupo será atingido em cheio, já que entre seus integrantes estão Celina Leão, Bispo Renato, Cristiano Araújo e Julio Cesar, quatro dos cinco denunciados.

Unidos pela fé e pelo interesse em manter o comando da Casa, os evangélicos estão divididos entre Sandra Faraj (SD), muito ligada à ex-presidente da Câmara, e Rodrigo Delmasso (PTN), que também tem trânsito bom no Buriti. A bancada da Bíblia tem ainda o apoio de Telma Rufino (sem partido) e Rafael Prudente (PMDB).

Acompanhando de longe, mas não muito, estão o PMDB e o PT. Os petistas já fecharam questão. A legenda quer a vice-presidência. O nome escolhido para ocupá-la é Ricardo Vale. Ele avalia, entretanto, que a decisão da Justiça pode mudar o cenário.

Vamos ver o que vai ocorrer nos próximos dias e como o voto dos desembargadores pode influenciar nas escolhas das chapas.

Ricardo Vale

O PMDB ainda sonha em ser um nome de consenso numa eventual composição de última hora. “Estamos conversando com todo mundo, mas nada está fechado”, afirma Wellington Luiz (PMDB). Embora diga que não é candidato, o distrital admite estar sendo procurado por outros distritais.

 

 

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