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PDT declara independência do GDF e Rollemberg prepara retaliação

Partido coloca cargos à disposição do governador. Outras siglas se movimentam em busca dos espaços que devem ser abertos na estrutura do GDF

atualizado

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george michel e joe valle, em reunião do PDT
1 de 1 george michel e joe valle, em reunião do PDT - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

O PDT decidiu, na noite desta terça-feira (10/10), declarar independência em relação ao governo de Rodrigo Rollemberg (PSB). A medida, anunciada em reunião ao próprio chefe do Executivo no início da tarde, prevê a disponibilidade dos cargos que a legenda tem na estrutura do governo e pode dificultar a aprovação, na Câmara Legislativa, de projetos de interesse do Palácio do Buriti. O governador avisou que, com a oficialização da decisão, o PDT deve sofrer retaliações.

Fizemos uma reunião com o governador mostrando que indicadores, como os da educação e da saúde, continuam ruins mesmo após quase três anos da atual gestão. Da forma como está, não conseguimos continuar com apoio total ao GDF. Nossos cargos não estão sendo suficientes para ajudar o governo a melhorar. Por isso, o melhor é colocá-los à disposição

Joe Valle, presidente da CLDF

A declaração foi endossada pelo presidente do PDT-DF, Georges Michel: “Não somos oposição ao governo, mas teremos independência nas nossas decisões”. Hoje, os postos mais expressivos da sigla no Executivo são os de Gutemberg Gomes, secretário de Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos (Sedestmidh); e de Thiago Jarjour, secretário adjunto do Trabalho. No entanto, há dezenas de comissionados espalhados por essas e outras pastas.

Os atritos entre o PDT e o governador começaram com o posicionamento contrário dos deputados distritais do partido — Reginaldo Veras e o presidente da CLDF, Joe Valle — na votação da reforma da Previdência. Sem o apoio dos dois, Rollemberg exonerou 27 cargos da sigla, atingindo principalmente Veras. A medida causou desconforto entre a legenda e o governador.

Uma ala do partido capitaneada por Veras defendia a ruptura total, com a migração do PDT para a oposição. Isso só não ocorreu porque, visando as eleições nacionais de 2018, o ex-ministro e presidente do partido, Carlos Lupi, pediu que o desembarque do GDF fosse o menos traumático possível. Lupi espera ter apoio do PSB nacional para lançar o ex-governador do Ceará Ciro Gomes à Presidência da República.

 

Georges Michel e Joe Valle foram conversar com o governador antes da reunião do partido. Após os pedetistas explicarem o posicionamento de parte da Executiva da legenda, Rollemberg tentou uma reconciliação, mas não teve sucesso.

Nota divulgada logo após a reunião

 

“Medidas políticas”
No fim do encontro, o governador afirmou que vai tomar “medidas políticas”, embora não tenha deixado claro quais seriam. Mas integrantes do PDT esperam uma onda de exonerações de cargos comissionados que hoje estão na cota do partido.

Na Câmara Legislativa, já começou a movimentação de outras legendas, de olho no espólio que deve ser deixado pelo PDT na estrutura do Executivo local.

 

Daniel Ferreira/Metrópoles
Reunião da Executiva do PDT: movimento terá impacto nas eleições de 2018

 

Lamentações de Veras e do GDF
Após o término da reunião, duas notas foram publicadas lamentando a decisão. O GDF disse que o partido teve motivação eleitoral. Já o distrital Reginaldo Veras reforçou a vontade de fincar bandeira na oposição em definitivo.

Veja:

 

O Governo do DF também reclamou e disse “lamentar a decisão do PDT, que o obrigará a rever o espaço administrativo que o partido ocupava até então”.

Reitera o Governo de Brasília que não há nenhum motivo político objetivo a não ser o de se dar respaldo a um projeto eleitoral. O GDF espera que o PDT realmente respeite os seus compromissos com a cidade e sua população e vote a favor de projetos que são do interesse e importantes para o desenvolvimento econômico e social do Distrito Federal

Nota do GDF

 

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