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PCDF investiga celular funcional achado na casa de ex-servidor do GDF

Aparelho foi apreendido com Valdecir Rodrigues, que trabalhava na Vice-Governadoria, na quarta-feira (17/8), durante operação para apurar denúncias de cobrança de propina e extorsão no Governo do Distrito Federal para liberar contribuições sindicais do SindSaúde

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As pessoas envolvidas nas denúncias de um suposto esquema de cobrança de propina e extorsão no Governo do Distrito Federal para liberar contribuições sindicais serão intimadas a depor na Delegacia Especial de Repressão aos Crimes contra a Administração Pública (Decap) nos próximos dias. A decisão foi tomada após análise preliminar do material apreendido no Palácio do Buriti e nas residências dos alvos da operação de quarta-feira (17/8). Segundo fontes ligadas à investigação, um dos celulares recolhidos chamou a atenção. O ex-ouvidor Valdecir Rodrigues, mesmo após ser exonerado, permanecia com o aparelho funcional da Vice-Governadoria em casa.

A apreensão do telefone motivou uma nova busca nos gabinetes da Vice-Governadoria, instalada no primeiro andar do Palácio do Buriti, na noite de quarta, com autorização da Justiça. Policiais e peritos foram até a sala onde Valdeci trabalhava, no Buriti, e recolheram novas evidências. O objetivo é descobrir se Valdecir, mesmo exonerado, ainda mantém algum tipo de relação ou influência no gabinete do vice-governador Renato Santana, de quem é amigo pessoal.

A polícia chegou a pedir a prisão dos alvos. Contudo, o juiz da 3ª Vara Criminal autorizou apenas os mandados de busca e apreensão. As fontes revelaram ao Metrópoles que a investigação evolui de forma ágil e promete trazer novos personagens ao escândalo nos próximos dias. Além de Valdecir, foram alvo da operação o ex-técnico em políticas públicas e gestão governamental da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag) Edvaldo Simplício da Silva; e o ex-gerente de Cessões, Requisições e Ressarcimentos da Seplag Christian Michael Popov.

A operação da Polícia Civil foi realizada em parceria com o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT). Documentos, celulares, computadores e tablets foram recolhidos no Palácio do Buriti, na Secretaria de Planejamento do DF e em residências de servidores comissionados. A ação é fruto das denúncias apresentadas por Marli Rodrigues, presidente do SindSaúde, que relatou um esquema de cobrança de propina por parte de servidores para liberar contribuições sindicais.

Segundo o promotor de Justiça e Defesa da Saúde do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) Jairo Bisol, que também atua nas investigações dos fatos citados nas gravações feitas pela sindicalista, é preciso ter cautela. “As acusações feitas são genéricas. O que há de grave é a origem das denúncias”. Para dar celeridade aos casos, promotores têm trabalhado até em feriados. Alguns, como Jairo Bisol, tiveram que suspender as férias.

Reprodução
Santana e Valdecir

 

Personagens
Edvaldo aparece nas gravações como suposto intermediador entre a Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) e o SindSaúde na tentativa de evitar que o sindicato, por falta de certidões que deveriam ser apresentadas ao governo, perdesse recursos descontados no contracheque de servidores filiados à entidade.

Ele foi apresentado a Marli Rodrigues por Valdecir, que era funcionário do SindSaúde e trabalhava na Vice-Governadoria como ouvidor. O servidor foi exonerado no dia 25 de julho, após a divulgação dos grampos.

Segundo as denúncias, o servidor Edvaldo receberia pagamentos por uma “consultoria”, no valor de R$ 214 mil, em várias prestações, enquanto o processo seria “paralisado” dentro da secretaria, até que as certidões fossem todas entregues.

Marli relatou aos investigadores que procurou Valdecir Medeiros, já que havia passado 36 anos sem ser cobrada dessa forma, após receber um documento assinado por Christian Popov, que cobrava entrega de uma série de documentos para que o SindSaúde continuasse recebendo a verba sindical repassada pelo GDF. O caso foi denunciado pela sindicalista à Casa Civil no fim do ano passado e entregue para investigação da Decap.

Os grampos vieram à tona em 15 de julho, quando foram divulgadas conversas entre Marli e o vice-governador sobre um esquema de propinas em contratos da Secretaria de Saúde que giraria em torno de 10% e 30%. A gravação teria sido realizada na casa de Valdecir, em Águas Claras. Tanto Edvaldo quanto Valdeci foram exonerados pelo governador Rodrigo Rollemberg.

 

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