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Partidos que não conseguiram espaço com Ibaneis reclamam de abandono

Governador eleito já nomeou quase toda a cúpula de sua gestão, mas há legendas insatisfeitas. É o caso de PDT, PHS e PSC

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1 de 1 WhatsApp Image 2018-11-27 at 13.07.58 - Foto: Renato Alves/Governo de Transição

A uma semana de tomar posse, o governador eleito do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), está com a cúpula de sua futura gestão praticamente completa. Ao mesmo tempo em que privilegiou companheiros de partido, que comporão boa parte do novo secretariado, o emedebista agraciou várias siglas que o ajudaram na campanha. Mas há um grupo que se sente desprestigiado e reclama do pouco espaço na administração que se inicia em 1° de janeiro. Entre as legendas insatisfeitas, estão PDT, PHS e PSC.

O presidente do PSC-DF, Zenóbio Oliveira Rocha, disse que esperava ao menos uma secretaria na gestão do ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal (OAB-DF) à frente do Buriti. “Temos pessoas extremamente qualificadas, principalmente para as áreas da família, do deficiente e do idoso”, comentou.

Zenóbio Rocha chegou a pleitear a presidência da Companhia Habitacional do Distrito Federal (Codhab), mas recebeu a informação de que já havia um indicado para o cargo. “Dizem que quem chega primeiro bebe água limpa, mas não foi o que ocorreu conosco. Estivemos com ele [Ibaneis] quando tinha 0% nas pesquisas”, lembrou, sem esconder a frustração.

Na última quarta-feira (19/12), Ibaneis Rocha decidiu que o deputado distrital Wellington Luiz (MDB) é quem assumirá o comando da Codhab.

Ainda de acordo com o presidente do PSC-DF, alguns membros do partido estão participando da transição, mas de forma tímida. “Estamos aguardando as outras definições. Ajudamos a eleger e ainda não fomos chamados para governar”, criticou.

Mesmo com um eleito para a próxima legislatura da Câmara Legislativa (CLDF) e estando na equipe de transição do futuro chefe do Palácio do Buriti, outra sigla no limbo dos espaços na próxima gestão, até o momento, é o PHS-DF.

Segundo membros da legenda, integrantes foram sondados para assumir uma administração regional. Entretanto, com o anúncio de Ibaneis de que ele consultará a população para preencher esses cargos, o partido acredita que não terá vaga em administrações. “Ainda esperando para conversarmos”, resumiu um cacique da sigla, que pediu para ter o nome preservado. 

PDT
Outro a reclamar da falta de espaço é o PDT. O partido, que sofreu rachas internos ao longo da campanha eleitoral, demorou a declarar apoio a Ibaneis Rocha. Como “prêmio”, conseguiu uma indicação no secretariado: Léo Bijos será titular da Juventude, uma pasta sem muita expressividade e com pouquíssimos recursos.

“Para a grandeza do PDT, que deveria ter protagonizado as últimas eleições, esse é o retrato das nossas indecisões. O espaço que temos foi muito pequeno. Poderíamos ter ficado com a Educação ou com o Trabalho, mas o que nos restou foi um prêmio de consolação”, afirmou um membro da Executiva que pediu anonimato.

Na transição
Na fila de insatisfeitos com o próximo mandatário do DF, há ainda legendas que têm papel ativo no governo de transição, mas com pouca representatividade na futura gestão.

Um dos primeiros aliados de Ibaneis, o deputado federal Rôney Nemer (PP) disse que a prioridade da sigla é colaborar na transição. Segundo o parlamentar, há vários membros do PP, incluindo ele, contribuindo nos grupos de trabalho. “Ajudamos a eleger e vamos participar na construção do governo. Apoiamos Ibaneis por acreditar que ele pode ser uma gestão diferente da outra [do socialista Rodrigo Rollemberg]”, disse.

Representante do PP, Georgeano Trigueiro será o titular do DF Legal, futuro nome da Agência de Fiscalização (Agefis).

O presidente do PSL-DF, Newton Lins, também participa da equipe de transição. “Tenho contato frequente com o coordenador da transição, o vice-governador eleito, Paco Britto [Avante], que, aliás, foi determinante para nossa participação na campanha. As minhas experiências iniciais no GDF se deram quando ainda não existiam eleições em Brasília e, portanto, sem as intervenções ou pedidos de partidos, como é comum hoje”, comentou. 

Quem embarcou no projeto de Ibaneis após o segundo turno foi o PSD do deputado federal Rogério Rosso. O parlamentar, que também disputou o GDF, terminou a corrida em terceiro lugar. Logo depois, declarou apoio ao emedebista.

Rosso disse que deixou Ibaneis Rocha e Paco Britto “à vontade para tomarem as decisões que eles acharem devidas”. “Não pleiteamos espaços e, se precisarem de nós para ajudar Brasília, estaremos aqui. Não seremos oposição, mas, ao mesmo tempo, não estamos discutindo cargo”, comentou. O deputado federal assegura que não há insatisfação do partido com a falta de cargos no futuro governo.

Fizemos uma lista de bandeiras e ele as assinou. Enquanto houver o compromisso dele, vamos dar nosso apoio

Deputado federal Rogério Rosso, sobre o apoio do PSD a Ibaneis Rocha

Juntinhos
Depois do MDB, o segundo partido que mais teve nomeados no futuro Governo do Distrito Federal foi o PRB. Integrará a cúpula do Buriti Vitor Paulo, que será secretário de Relações Institucionais. Ele é suplente e assumiu o posto de deputado federal na Câmara quando o titular, Ronaldo Fonseca (sem partido-DF), se licenciou para integrar o governo Michel Temer (MDB). Bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, o futuro secretário é coordenador da bancada do PRB-DF no Congresso Nacional.

O empresário Gilvan Máximo foi o escolhido para comandar a Secretaria de Ciência e Tecnologia do Distrito Federal. Atual vice-presidente do PRB em Goiás, ele atuou como secretário do Entorno por recomendação do governador do estado vizinho, Marconi Perillo (PSDB). 

Outra sigla agraciada foi o PPS. Por indicação do partido, o sociólogo Adão Cândido fica com a pasta da Cultura. Ele foi secretário de Articulação e Desenvolvimento Institucional do Ministério da Cultura em 2016. 

Para o PPL, Ibaneis deu a Secretaria de Trabalho. Quem assume é o ex-candidato ao Senado Federal João Pedro Ferraz. Ele é ex-procurador-geral do Ministério Público do Trabalho (MPT), oficial de Justiça e procurador da Fazenda Nacional. Ajudou a estruturar o Ministério Público do Trabalho e a recuperar a Associação dos Procuradores, fundada em 1972 e desativada.

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