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Paróquia do Padre Moacir, em Taguatinga, é alvo da Lava Jato

De acordo com a Polícia Federal e o Ministério Público, Paróquia São Pedro teria recebido R$ 350 mil destinados ao ex-senador Gim Argello

atualizado

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igreja
1 de 1 igreja - Foto: Rafaela Felliciano/Metrópoles

Integrantes da força-tarefa explicam na manhã desta terça-feira (11/4) a 28ª fase da Operação Lava Jato, que teve como alvo o ex-senador Gim Argello (PTB-DF). O político foi preso preventivamente. Os procuradores destacaram que a Paróquia São Pedro, em Taguatinga, recebeu R$ 350 mil em uma conta indicada por Gim Argello. A igreja é comandada pelo padre Moacir Anastácio, que coordena a maior festa de Pentecostes do DF. O evento leva mais de um milhão de pessoas à área do Taguaparque, onde ocorre todos os anos.

O procurador do Ministério Público Federal Carlos Fernando dos Santos Lima disse que ainda há investigação para saber se o dinheiro é uma contrapartida à atuação de Argello junto à CPI da Petrobras, indicando lavagem de dinheiro. “Uma paróquia é suscetível a ser usada como fonte de dinheiro em espécie porque recebe muitas doações”.

O Metrópoles esteve na paróquia e uma funcionária informou que o padre não estava lá. “Estamos sabendo agora e não vamos nos pronunciar até sabermos exatamente do que se trata”, disse à reportagem a mulher que não quis se identificar. Ela confirmou que o senador Gim Argello é frequentador das missas. “Não fazemos distinção entre o político ou o mendigo, todos são fiéis”.

A funcionária confirmou que a paróquia recebeu ofício do Ministério Público para explicar a origem do dinheiro há alguns dias, mas não soube precisar a data exata.”Temos certeza de que nada do que foi feito é ilícito. A doação é feita para todo mundo, para todas as igrejas. Não sabíamos que o dinheiro tinha vindo de fontes investigadas. Eles podem aprofundar o quanto eles quiserem as investigações”, disse. Procurada pelo Metrópoles, a Arquidiocese de Brasília não quis se pronunciar sobre o caso, mas a assessoria de imprensa informou que um comunicado oficial deve ser divulgado na tarde desta terça-feira.

Reprodução Facebook
Gim Argello e o padre Moacir Anastácio em missa realizada em 2014

Há pelo menos 15 anos, Gim Argello frequenta a paróquia São Pedro. Em um vídeo no canal oficial do Renascidos em Pentecostes, comunidade fundada pelo padre Moacir Anastácio, o político afirma se sentir lisonjeado por ser o “senador de Pentecostes” e “amigo pessoal” do religioso. Gim morou durante muitos anos em Taguatinga, cidade onde fica a paróquia. Agora, o ex-parlamentar vive em um dos endereços mais nobres da capital, a Península dos Ministros, no Lago Sul.

Sistema apodrecido

Na manhã desta terça-feira, endereços do ex-parlamentar foram revistados. Dois assessores que trabalharam com ele também acabaram detidos. “O sistema político está apodrecido”, destacou o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima.

A Polícia Federal afirma que a UTC pagou, por meio de doações oficiais, R$ 5 milhões a partidos da coligação União e Força no Distrito Federal, composta pro DEM, PR, PMN e PRTB. O procurador do MPF disse que ainda há uma investigação para saber se o dinheiro é uma contrapartida à atuação de Argello junto à CPI da Petrobrás, indicando lavagem de dinheiro. O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima destacou que “não há indício de que tais partidos tenham participado ou tivessem ciência da origem ilícita dos recursos”.

Segundo o procurador Athayde Ribeiro Costa, a ação deflagrada na manhã desta terça investiga a cobrança de propinas para evitar convocação de empreiteiros em comissões parlamentares de inquérito sobre a Petrobras. Gim era membro da CPI no Senado e vice-presidente da CPMI, da Câmara e do Senado. Segundo o procurador, não houve qualquer problema no momento da prisão do político do DF. Da casa de Gim, foram levados documentos.

As investigações reuniram provas como e-mails e telefonemas que indicam a ligação de Gim Argello às empreiteiras e nomes como Ricardo Pessoa e Léo Pinheiro. De acordo com a PF, o dinheiro pago ao esquema de Gim Argello foi desviado das obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.

 

 

 

 

 

 

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