Para não perder US$ 71 mi do BID, Ibaneis cria força-tarefa no Buriti
Recurso foi captado em 2014, mas banco ameaça cancelar se GDF não cumprir contrapartidas contratuais, como a realização de obras imediatas
atualizado
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O Governo do Distrito Federal (GDF) corre contra o tempo para não perder uma bolada de US$ 71 milhões garantida pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Convênio assinado em 2014 previa a liberação do recurso para a infraestrutura das áreas de desenvolvimento econômico (ADEs): duas em Ceilândia, uma no Polo JK e outra no Gama.
O banco pressiona desde 2018 para que o GDF cumpra os termos acordados no contrato, como a apresentação das obras concluídas.
Durante reunião nessa segunda-feira (14/1) no Palácio do Buriti, entre o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), o diretor-executivo do BID no Brasil, Hugo Florez Timoran, e o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ruy Coutinho, o cenário foi amplamente discutido e o emedebista determinou a criação de uma força-tarefa para liquidar todas as pendências.
No ano passado, a instituição financeira afirmou que setembro de 2019 seria a data-limite para o saneamento do contrato, mas o emedebista pretende antecipar essa prestação de contas.
Ibaneis determinou que, em 60 dias, o grupo multidisciplinar coordenado por Coutinho elimine todas as pendências junto ao banco. O novo secretário transita bem entre o governo federal e organismos internacionais.
“Quando tomamos ciência da gravidade, fui pessoalmente levar o diretor do BID para uma reunião com o governador e mostrar o grande risco que temos de perder esse investimento milionário”, explicou Ruy Coutinho.
Exigências
Uma das exigências da instituição financeira é que o Executivo local implante a Agência de Atração de Investimentos para o Distrito Federal. O objetivo do novo braço da Secretaria de Desenvolvimento Econômico é captar recursos para o fomento de atividades econômicas para os próximos 20 anos.
Outra medida emergencial exigida pelo BID é que o GDF invista no desenvolvimento de empresas já instaladas nas ADEs, como com disponibilização de cursos de capacitação para empregados.
Dinheiro não utilizado
De 2014 até hoje, as gestões de Agnelo Queiroz (PT) e Rodrigo Rollemberg (PSB) usaram apenas 13% do valor total da operação, pouco mais de US$ 9 milhões. Pelo sistema, há ainda o comprometimento de 54%, o que significa uma espécie de “promessa” de gasto por parte do GDF. Não há, contudo, a certeza do banco de que esses recursos estejam liberados para uso.
“É um valor expressivo e não podemos perdê-lo de jeito algum. Quando assumi a secretaria, tomei como ponto principal essa questão. Vamos realizar uma próxima reunião na quarta-feira [16/1], com o próprio governador e o grupo, para termos a primeira avaliação”, acrescentou Coutinho.
Investimento
O Banco Interamericano de Desenvolvimento liberou o investimento dentro do Programa de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal. O objetivo é investir na melhorias do ambiente de negócios e capacitação em quatro ADEs.
Os recursos têm sido aplicados: na contratação da capacitação de mão de obra em todos os níveis (empregados, técnicos); na assistência para micro e pequenas empresas; na implantação do Programa Piloto de Qualificação de Fornecedores; na modernização tecnológica; na realização de obras de infraestrutura; e na instalação de praças e equipamentos públicos comunitários.