Padre silencia sobre Lava Jato em missa da festa de Pentecostes
Na quinta (28/4), ele esteve em Curitiba onde explicou à PF o que fez com R$ 950 mil doados de empreiteiras envolvidas em casos de corrupção
atualizado
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Depois de prestar depoimento à Polícia Federal, em Curitiba, na quinta-feira (28/4), sobre as doações de R$ 950 mil que recebeu de empreiteiras suspeitas de envolvimento com corrupção, o padre Moacir Anastácio celebrou uma missa com a presença de aproximadamente 15 mil pessoas neste domingo (08/05), marcando a abertura do Pentecostes. O religioso, porém, não tocou no escândalo da Lava Jato. Se ateve tão somente aos sermões tradicionais, como vigiar e orar sempre para não cair nas garras dos inimigos.
O nome do pároco de Taguatinga surgiu na 28ª Fase da operação Lava Jato, quando os investigadores descobriram uma doação de R$ 350 mil da construtora OAS para a Paróquia São Pedro. O repasse, segundo o padre, foi intermediado pelo ex-senador Gim Argello (PTB-DF), que está preso em Curitiba. O religioso, em entrevista exclusiva ao Metrópoles, confirmou ainda ter recebido dinheiro da Andrade Gutierrez (R$ 300 mil) e da Via Engenharia (R$ 300 mil).Em seu depoimento aos policiais federais, o padre Moacir levou documentos que mostrariam como as doações foram feitas, como recibos e comprovantes de transferências bancárias. O primeiro impacto do constrangimento causado pelas recentes denúncias foi sentido neste domingo (8). Poucos políticos foram vistos na celebração. Nenhum deles ousou figurar no palco da missa. Segundo o ex-deputado distrital Washington Mesquita, muito ligado a Pentecostes e que esteve presente ao culto, não houve discursos políticos durante a cerimônia.
“O padre Moacir fez a função dele, que é evangelizar”, disse Mesquita.
Até quinta-feira (12/5), as comemorações de Pentecostes serão realizadas na Paróquia São Pedro. De sexta a domingo (15), quando são esperadas milhares de pessoas, as celebrações ocorrerão no TaguaParque.