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ONG pede investigação da atuação de Celina Leão na Defensoria Pública

Grupo Adote um Distrital protocolou representação contra Celina Leão no MPDFT, no Ministério Público de Contas e na Câmara Legislativa. Deputada é acusada de ter sido beneficiada com cargos na Defensoria Pública em troca da derrubada de vetos que contrariavam interesses do órgão

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Deputada Celina Leão
1 de 1 Deputada Celina Leão - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A ONG Adote um Distrital protocolou representação, na tarde desta segunda-feira (3/10), pedindo investigação sobre a atuação da presidente afastada da Câmara Legislativa, Celina Leão (PPS), em relação à Defensoria Pública do Distrito Federal (DPDF). A entidade acusa a parlamentar de ter uma “relação de imoral promiscuidade” com a “alta direção” do órgão. Segundo o documento, Celina teria se beneficiado com cargos na DPDF em troca da derrubada de vetos do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) que contrariavam os interesses da defensoria. 

O documento foi entregue ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), ao Ministério Público de Contas (MPC) e à própria Câmara Legislativa. O pedido foi embasado em reportagens publicadas na imprensa, incluindo denúncia do Metrópoles de que, em acerto com Celina Leão, a Defensoria Pública alugou um novo prédio. Em contrapartida, a parlamentar teria pautado a votação dos vetos do Executivo e conseguido nomear aliados na DPDF.

“Imagens e reportagens indicam a forte possibilidade de que a estrutura da Defensoria Pública do Distrito Federal esteja sendo utilizada de forma anômala, voltando-se à atividade política em prol da deputada Distrital Celina Leão Hizim Ferreira. A instrução processual revelará se tais indícios formam um substrato probatório firme e coeso para justificar a aplicação das penalidades cabíveis”, diz trecho do documento protocolado pelo coordenador da ONG, Calebe Cerqueira.

Por meio de assessoria, Celina Leão informou que “não vai se pronunciar em relação a uma denúncia inconsistente e leviana feita por uma ONG que não trabalha com imparcialidade e que teve, recentemente, seu vínculo com o governo desmascarado”.

Confira a íntegra da representação contra a presidente afastada da CLDF

Representação contra Celina Leão by Metropoles on Scribd

 

Eventos
Além das matérias jornalísticas, a ONG anexou uma série de postagens do Facebook nas quais o subsecretário de Assuntos Sociais da DPDF, Erotides Souza de Almeida Júnior, aparece com Celina em eventos políticos. Erotides é irmão de Jael Almeida de Carvalho, chefe de gabinete de Celina Leão. Ele foi nomeado dias antes de a CLDF derrubar quatro vetos de Rollemberg.

Um desses vetos derrubados retira poderes do chefe do Executivo e os transfere para as mãos do chefe da Defensoria. Outro libera R$ 28 milhões para bancar a chamada jornada ampliada dos defensores, o que repercutirá em aumento de remuneração para a categoria e despesa para os cofres públicos.

“Esses atos não são ilícitos em si, mas a questão é a motivação disso. Muitos servidores saíam da Câmara e iam para a defensoria. Há indícios fortes de que havia motivação política de Celina nesse movimento”, disse Calebe Cerqueira. Dessa forma, segundo Cerqueira, a representação protocolada mostra uma suposta “atuação de cabos eleitorais da deputada” recebendo pela defensoria, o que é vedado legalmente.

Tramitação favorável a distritais
A iniciativa contra a presidente afastada da Casa, no entanto, não significa que ela terá a vida dificultada no parlamento. No que depender do histórico recente de tramitação de processos por quebra de decoro que tramitam na CLDF, Celina Leão não tem com o que se preocupar. Na última quarta-feira (28/9), foi sobrestada (suspensa), na Mesa Diretora, a ação contra ela e os demais distritais acusados de cobrar propina em troca da liberação de recursos para a saúde: Raimundo Ribeiro (PPS), Julio César (PRB), Bispo Renato Andrade (PR) e Cristiano Araújo (PSD).

Nesta segunda-feira (3/10), a Corregedoria da Casa deu parecer pelo arquivamento de processo de improbidade administrativa contra Liliane Roriz (PTB).

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