Oito em cada dez brasilienses não admiram nenhum político da cidade. Entre os que manifestaram simpatia, Reguffe foi o mais lembrado
Pesquisa Metrópoles/Dados revelou que 82,3% dos brasilienses não admiram nenhum político ou preferiram não revelar sua opinião sobre o assunto. Entre os que reúnem alguma aprovação popular, aparecem Arruda e Roriz, dois ex-governadores enrolados na Justiça
atualizado
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O brasiliense está flagrantemente carente de lideranças políticas. Foi o que apontou a pesquisa de opinião Metrópoles/Dados, realizada entre os dias 23 e 27 de outubro e que ouviu 1,2 mil pessoas nas principais regiões do Distrito Federal.
O levantamento pediu aos entrevistados que dissessem o nome de um político que admiram em Brasília. O objetivo era medir o índice de simpatia dos brasilienses pelos políticos que os representam.Mas, ao responderem à pergunta “o senhor pode me dizer o nome de um político que admira em Brasília?”, oito em cada dez pessoas disseram “nenhum” ou não quiseram manifestar sua opinião, reunindo impressionantes 82,3% dos entrevistados.
Reguffe é o mais admirado
Entre os 17,7% que citaram um político que admiram, o senador José Antônio Reguffe (PDT) foi o mais bem colocado, atingindo um índice de simpatia de 5,7% dos entrevistados.
Outros 35 políticos foram lembrados na pesquisa Metrópoles/Dados, mas apenas dois deles alcançaram mais de um ponto percentual na tímida escala de admiração revelada pelo levantamento.
Em segundo lugar, apareceu o ex-governador José Roberto Arruda (PR), com 2,2% da preferência popular, e, na terceira posição, veio o também ex-governador Joaquim Roriz, reunindo 1,9% da aprovação do brasiliense.
- *Os políticos que foram lembrados por menos de 0,2% da população não aparecem no gráfico.
Lembranças dramáticas
Embora ainda figurem na memória afetiva do eleitor, tanto Arruda quanto Roriz se envolveram em escândalos rumorosos no DF, o que os jogou para o ostracismo político. Em 2010, Arruda protagonizou a Caixa de Pandora, operação policial que, em conjunto com o Ministério Público do DF e Territórios, revelou um esquema de corrupção envolvendo integrantes do Executivo, do Legislativo, além de empresários da cidade.
Em função dos desdobramentos da Pandora, Arruda passou dois meses preso e acabou perdendo o mandato de governador. Roriz também teve sua carreira política abreviada em 2007, quando se viu obrigado a renunciar para evitar a cassação política.
Na época, ele foi pivô do episódio da Bezerra de Ouro. Em outubro deste ano, Roriz foi condenado em segunda instância pela operação da partilha de um cheque de R$ 2,2 milhões, envolvendo o ex-presidente do BRB Tarcísio Franklin de Moura e o empresário Nenê Constantino. Para a Justiça, houve improbidade administrativa.
A baixa popularidade de Rollemberg
Enquanto políticos do passado enrolados na Justiça conquistaram posições de destaque no ranking de admiração aferido pela pesquisa, o atual governador, Rodrigo Rollemberg (PSB), exibiu uma retraída sexta colocação.
Enfrentando um desgaste em função da crise financeira e institucional que o DF atravessa, Rollemberg foi lembrado por 0,6% dos entrevistados, logo atrás dos distritais Dr. Michel (PP) e Chico Leite (Rede), ambos com 0,8% na escala.
A pesquisa Metrópoles/Dados também questionou aos entrevistados se eles votariam nas próximas eleições, caso o voto deixasse de ser obrigatório.
Praticamente 70% das pessoas ouvidas disseram que não iriam às urnas, contra 25% que manteriam a rotina de escolher seus representantes. Mais um sinal do grau de desilusão a que chegou o brasiliense com a classe que o representa.