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Lupa: o que se ouve de errado na disputa pelo Governo do DF?

Erros e exageros marcam o horário eleitoral e as entrevistas de TV no DF

atualizado

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Daniel Ferreira/Metrópoles
Daniel Ferreira/Metrópoles
1 de 1 Daniel Ferreira/Metrópoles - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

A última pesquisa do Datafolha mostrou que a disputa pelo Governo do Distrito Federal está indefinida. A Lupa, agência de checagem, ouviu o horário eleitoral e as entrevistas feitas pelo DF1 nos últimos dias. Checou, portanto, seis candidatos: Alberto Fraga (DEM), Eliana Pedrosa (Pros), Ibaneis Rocha (MDB), Júlio Miragaya (PT), Rodrigo Rollemberg (PSB) e Rogério Rosso (PSD).

Veja o resultado:

Ricardo Botelho/Especial para o Metrópoles

“[O Distrito Federal tem] uma das maiores taxas de desemprego [do Brasil]”

Horário eleitoral de Júlio Miragaya, candidato do PT ao governo do DF

Dados do IBGE mostram que, no 2º trimestre de 2018, 12 das 27 unidades federativas do país apresentaram uma taxa de desemprego maior do que a do Distrito Federal. Nesse período, a taxa de desocupação do DF foi de 12,2%. É a maior do Centro-Oeste, mas não está entre as maiores do Brasil.

Os estados com maior taxa de desocupação no período analisado foram: Amapá (21,3%), Alagoas (17,3%), Pernambuco (16,9%), Sergipe (16,8%), Bahia (16,5%), Rio de janeiro (15,4%), Maranhão (14,3%), Amazonas (14,2%), São Paulo (13,6%), Acre (13,5%), Piauí (13,3%) e Rio Grande do Norte (13,1%).

Procurado, Miragaya não retornou.

Ricardo Botelho/Especial para o Metrópoles

“Jamais tivemos tanta criminalidade”

Horário eleitoral de Rogério Rosso, candidato do PSD ao governo do DF

Os dados da Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social mostram que três indicadores de segurança caíram e um se manteve estável no Distrito Federal no último ano. Os homicídios no DF diminuíram progressivamente de 693, em 2014, para 498, em 2017. O mesmo ocorreu com os dados de latrocínio, que caíram de 47, em 2014, para 36, em 2017. Houve cinco casos de lesão corporal seguida de morte no ano passado. Em 2015, foram sete.

Além disso, o total de crimes contra o patrimônio caiu de 2014 a 2017. No ano passado, o indicador registrou 59.953 casos. Em 2014, 60.832. Os roubos de veículos – que estão incluídos nos crimes contra o patrimônio – diminuíram de 7.124, em 2014, para 4.855, em 2017.

Procurado, Rosso não retornou.

 

Ricardo Botelho/Especial para o Metrópoles

“No nosso governo, nós investimos quase R$ 3 bilhões com recursos de financiamentos”

Rodrigo Rollemberg, governador e candidato do PSB à reeleição, em entrevista ao DF1

De acordo com os Relatórios Resumidos de Execução Fiscal (Rreo) do DF, o governo distrital investiu, de janeiro de 2015 a junho de 2018, R$ 2,2 bilhões (em valores efetivamente pagos). Os dados não distinguem investimentos realizados a partir de financiamentos externos daqueles com dinheiro do próprio caixa. Ainda assim, o valor total é R$ 800 milhões inferior ao citado pelo governador.

Procurado, Rollemberg não retornou.

 

Rafaela Felicciano/Metrópoles

“O Plano Piloto é onde você tem a menor densidade populacional do Distrito Federal”

Ibaneis Rocha, candidato do MDB ao governo do DF, em entrevista ao DF1

Considerando as áreas totais das regiões administrativas, o Plano Piloto tem a 19ª maior densidade entre 31 subdivisões do Distrito Federal. Com base na Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (Pdad), da Codeplan, a população do Plano Piloto é de 210 mil habitantes. O Estudo Urbano e Ambiental Consolidado do Distrito Federal, por sua vez, mostra que a área da região é de 409,8km². Isso quer dizer que a densidade populacional é de 512 pessoas por km².

Mesmo que Ibaneis estivesse se referindo à densidade urbana, que calcula a população sobre a área urbana, estaria exagerando. Segundo o mesmo estudo urbano e ambiental, o Plano Piloto tem a 26ª menor densidade urbana (2.031 por km²) entre 31 regiões administrativas, ou seja, há outros cinco locais com densidade urbana menor. São eles: SIA, Park Way, Lago Sul, Lago Norte e Jardim Botânico.

Por meio de sua assessoria, o candidato pontuou que, “das regiões adensadas, o Plano Piloto, até por causa das limitações do tombamento, tem uma das menores taxas do Distrito Federal”, e disse que não estava falando especificamente de regiões administrativas.

 

Rafaela Felicciano/Metrópoles

“Como deputado federal, [Alberto Fraga] fez 15 leis escritas e aprovadas”

Alberto Fraga, candidato do DEM ao governo do DF, em horário eleitoral

Em quatro mandatos como deputado federal, Alberto Fraga teve 10 propostas suas transformadas em lei pelo Congresso Nacional, conforme dados da Câmara dos Deputados. Outros sete projetos do parlamentar, já aprovados pela Câmara, aguardam apreciação do Senado.

Uma proposta de Fraga foi alterada pelos senadores e, por isso, retornou à Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Três proposições do atual candidato foram aprovadas na Câmara e rejeitadas no Senado, ou seja, acabaram arquivadas.

Procurada, a assessoria de Fraga enviou 14 – e não 15 – leis que consideram serem de autoria do deputado. Mas em três delas o postulante ao Buriti foi relator, e não autor. A assessoria justifica que o relator “elabora a redação que será votada em plenário”.

Além disso, uma proposta de autoria do Executivo também foi creditada a Fraga. Segundo a assessoria, o texto de um projeto antigo do deputado foi usado na redação que compôs o substitutivo aprovado.

Hugo Barreto/Metrópoles

“A empresa [Dinâmica, de propriedade da família da candidata] já tem um acordo de não participar mais de licitações do GDF. Aliás, vem tomando essa iniciativa há algum tempo.”

Eliana Pedrosa, candidata do PROS ao governo do DF, em entrevista ao DF 1

A Dinâmica, empresa da família de Eliana, não venceu licitações do Governo do Distrito Federal no último ano, segundo o Portal da Transparência do DF. Mas tem pelo menos um contrato ativo com a Secretaria de Saúde, firmado em 14 de junho de 2018, ou seja, há exatos três meses.

A contratação, no valor de R$ 24 milhões, foi feita de forma emergencial – sem a necessidade de licitação. A Dinâmica prestará serviços de limpeza, conservação, asseio e desinfecção de bens móveis e imóveis da secretaria até dezembro deste ano.

Além disso, a empresa fornecia mão de obra terceirizada para o metrô do DF até o ano passado. O contrato com o metrô foi fechado em 2011, com valor original de R$ 14,2 milhões e previsão de durar um ano. Com prorrogações, a Dinâmica prestou o serviço até 2017 – e recebeu, no total, R$ 123 milhões.

Procurada, a candidata não retornou.

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