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O malabarismo de Ibaneis para dar voz aos 22 partidos que o apoiaram

Aliados acreditam em governo democrático e esperam espaço para filiados das legendas. Ibaneis solicitou indicações para a transição

atualizado

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Renato Alves/Divulgação
Ibaneis
1 de 1 Ibaneis - Foto: Renato Alves/Divulgação

O governador eleito Ibaneis Rocha (MDB) se prepara para ocupar a principal cadeira do Palácio do Buriti. Nessa empreitada, contou com o apoio de 22 partidos, com os quais se comprometeu a ouvi-los. Embora o chefe do Executivo local fale que não haverá troca de favores, as siglas que o ajudaram a se eleger esperam ter espaço a partir de 1° de janeiro de 2019.

Os aliados de primeira hora da campanha são MDB, Avante, PP, PSL, PPL e PSC. Depois, passaram a integrar a base pró-emedebista: PSDB, PSD, DC, Podemos, Patriota, Solidariedade, PMB, PHS, PRB, PRP, PPS, PTB, PR, PMN e parte do PDT e Rede.

Para o mestre em comunicação política e governança pela George Washington University (EUA) Aurélio Maduro, um estilo de governar democraticamente e livre das negociatas pode dar certo se as regras forem estabelecidas desde o início. “Se ele vai começar negociando com base em projetos, em pontos de consenso e com apoio popular tem chance de não cair na prática do passado”, completou.

Na segunda-feira (5/11), Ibaneis convidou dirigentes dos partidos para a primeira conversa (foto em destaque). Do total, 18 compareceram. Os outros estavam viajando, conforme informou a assessoria de imprensa. O governador eleito encontrou-se antes com quem esteve com ele desde o primeiro turno e, depois, com todos.

O futuro chefe do Executivo local informou que cada uma das legendas poderá recomendar duas pessoas para integrar as comissões de transição. Sinalizou também que, caso “tenha perfil para executar determinado projeto, vai ter participação no governo, sim”.

O presidente do PSC-DF, Zenóbio Rocha, disse que o partido tem deixado o governador à vontade. “Temos pessoas de várias áreas para indicar. Vamos aguardar ele sinalizar”, completou.

O dirigente partidário critica integrantes de outras legendas que, segundo ele, “forçam”. “Já querem alguma coisa e vêm com tudo montado. Isso é natural dos partidos, mas o governador sabe quem chegou primeiro ou no segundo momento”, observou.

Democracia
O senador eleito e presidente regional do PSDB, Izalci Lucas, acredita que a gestão será democrática. O tucano revelou ter indicado técnicos para diversas áreas a fim de contribuir com a transição, mas não obteve, ainda, retorno sobre as indicações. “Eu acho que todo mundo que tiver condições de contribuir deve ser aproveitado, não em termos de cargos”, ponderou.

Por meio da assessoria de imprensa, Ibaneis disse ser preciso respeitar as diferenças, “isso vale também para a relação com os partidos, assim como para todas as organizações da sociedade”.

Segundo o emedebista, o governo vai exercer “a política do diálogo amplo para que as questões sejam debatidas e se chegue a um denominador comum”. Porém, alertou que não haverá troca de favores.

Contribuição o governo vai aceitar, mas sem pressão por cargos ou qualquer vantagem

Ibaneis Rocha, governador eleito

O coordenador da transição e vice-governador eleito, Paco Britto (Avante), reforça que todos os partidos irão colaborar indicando dois nomes para a equipe pré-posse, porém, isso não significa necessariamente que serão contemplados com cargos no governo. “Isso nós vamos discutir no fim da transição”, afirmou.

Quando venceu as eleições de 2014, o atual governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), tinha apoio de oito partidos. Durante os quatro anos, PSD, PDT, Solidariedade, PSDB e PPS deixaram a base, sobrando apenas PV e Rede, além do PSB.

Paco avalia que, no caso do socialista, faltou atenção necessária às legendas. Segundo o vice-governador, o futuro governo emedebista está cuidando dos aliados.

Na primeira reunião chamamos todos, sem distinção. Essa é uma atenção especial aos partidos

Paco Britto, vice-governador eleito

Deputada federal eleita e presidente do PR-DF, Flávia Arruda lembrou que o emedebista procurou o ex-secretário de Saúde Jofran Frejat, do PR. Na segunda (12), haverá um novo encontro de Ibaneis com a legenda.

“Na verdade, quero primeiro saber dele qual é a necessidade e em que o PR pode colaborar. Na saúde, nós temos o Frejat e alguns nomes, como Gutemberg [Fialho, presidente do Sindicato dos Médicos]. Eu ofereci a minha contribuição para o que puder ajudar na área social”, contou.

A também federal eleita Celina Leão (PP) considera Ibaneis “muito habilidoso”. “Cada partido tem um viés ideológico, uma bandeira. E para isso existe um governo: identificar qual tem mais afinidade com tal área. Isso é extremamente natural. Eu acho que ele tem a experiência necessária para isso”, opinou.

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