Novacki vê “dificuldades operacionais” para eleição de administradores
Futuro chefe da Casa Civil do DF afirmou, nesta segunda-feira (19/11), ser difícil concretizar no primeiro momento a promessa de Ibaneis
atualizado
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Escolhido pelo governador eleito Ibaneis Rocha (MDB) para assumir a poderosa Casa Civil do Distrito Federal a partir de 1° de janeiro de 2019, Eumar Novacki concedeu coletiva de imprensa na tarde desta segunda- feira (19/11). Em seu gabinete no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), ele abordou os desafios que enfrentará. Entre eles, o processo de escolha para o comando das administrações regionais e o pagamento da terceira parcela dos reajustes dos servidores públicos.
Novacki disse haver “dificuldades operacionais” para fazer as eleições para administradores. Ele está analisando as propostas sobre o tema, mas acredita não ser possível concretizar a medida de imediato. “Se não fizermos no primeiro ano, faremos até o último. O certo é que, nesta gestão, não vamos trabalhar com negociação de facilidades”, declarou.
Uma das principais promessas de Ibaneis é justamente a eleição para os cargos. Na última semana, o emedebista disse que vai cuidar pessoalmente do assunto. “Eu mesmo vou escolher quem vai administrar cada cidade, após conversar com todos os partidos e representantes das regiões”, explicou na última sexta-feira (16).
Ibaneis acredita que o prazo de 90 a 120 dias é suficiente para a população ter os gestores de cada cidade escolhidos por meio de lista tríplice. “Vamos analisar cada administração, pois há umas que são menores, outras maiores e que têm mais problemas”, disse.
Promessas
Segundo Novacki, a interlocução com a Câmara Legislativa continuará sob a tutela da Casa Civil, que deve atuar tanto na área técnica quanto na política. “Conversei com os deputados eleitos. Eles estão dispostos a contribuir, indicar servidores para as administrações nesse primeiro momento, que só serão admitidos por aderência e competência. Vamos trabalhar com eficiência e quem não corresponder será trocado”, assegurou.
Sobre a promessa de Ibaneis manter 70% dos cargos ocupados por funcionários públicos de carreira, ele pontuou que serão feitos remanejamentos. “Os servidores serão aproveitados nas suas áreas de atuação. Com os concursos, poderemos concretizar.”
Para garantir os reajustes salariais, o gestor acredita ser necessário, inicialmente, reaquecer a economia do DF. “Estamos analisando as contas, fazendo um mapeamento para fazer tudo de maneira responsável. Temos interesse em honrar o pagamento, mas precisamos estar com todas as contas em dia. Faremos todos os esforços”, afirmou.
Compliance
Novacki é o atual secretário-executivo do Mapa, e a confirmação de seu nome para atuar junto ao futuro governo do DF ocorreu após conversa dele com o ministro Blairo Maggi. Com pós-graduação em aperfeiçoamento em direito público, mestrado em gestão na área de administração pública, o indicado é coronel da Polícia Militar do estado de Mato Grosso.
Ele disse que pretende levar para o Governo do Distrito Federal sua experiência em compliance e focar o combate à corrupção. No âmbito nacional, destacou ter se reunido com a nova ministra Teresa Cristina. “Tratamos de projetos prioritários, como o Plano Agro Mais, que resolveu mais de 1.100 problemas apresentados pelo setor produtivo.” Segundo ele, as novas medidas de desburocratização resultarão em R$ 2,2 bilhões aos cofres federais.
Na coletiva, o futuro chefe da Casa Civil lembrou o período difícil no ministério, com a Operação Carne Fraca, e falou do Programa Agro Mais Integridade. Para ele, o rodízio de fiscais adotado na sua gestão foi importante para melhorar a confiança do sistema. Outro ponto destacado foi a alteração do procedimento de justificativa de autuações. “Verificamos o sumiço de R$ 40 milhões em multas e instauramos auditoria para sanar os problemas”, disse.
Segurança pública
Seguindo a máxima do secretário de Segurança Pública escolhido por Ibaneis Rocha, delegado Anderson Gustavo Torres, Novacki ressaltou que, na nova gestão, “bandido será tratado como bandido”.
Ele reiterou o desejo do governo de reabrir delegacias 24 horas, de intensificar as políticas de segurança e de combater o crime organizado.