metropoles.com

Nova reforma da Previdência caminha para aprovação na CLDF

Versão costurada na quinta (14/9), a terceira das últimas semanas, começa a vencer resistências na Câmara e no GDF. Votação será terça (19)

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Giovanna Bembom/Metrópoles
Brasília (DF), /00/2017 – – Foto: Giovanna Bembom/Metrópoles
1 de 1 Brasília (DF), /00/2017 – – Foto: Giovanna Bembom/Metrópoles - Foto: Giovanna Bembom/Metrópoles

Nem tanto ao mar nem tanto à terra. A costura do terceiro projeto para reformar a previdência dos servidores públicos ligados ao Governo do Distrito Federal é o meio do caminho entre o Palácio do Buriti e a Câmara Legislativa, que pode arrefecer os ânimos entre Executivo e Legislativo. Tanto que, na noite desta quinta-feira (14/9), já havia votos de distritais suficientes para aprovar o texto.

O desenvolvimento desse novo projeto teve a participação de deputados governistas, da oposição e de técnicos, tanto da CLDF quanto do Buriti. Embora o texto não atenda integralmente aos anseios do GDF — e deve passar por ajustes nos próximos dias —, avança em relação ao impasse que travou as relações entre os dois Poderes.

Como são necessários 13 votos para aprovar a medida, a tendência é de que essa nova versão seja aprovada na votação marcada para a próxima terça-feira (19/9), no plenário da CLDF.

Por ora, há oito votos certos pela aprovação: Agaciel Maia (PR), Chico Vigilante (PT), Ricardo Vale (PT), Joe Valle (PDT), Cristiano Araújo (PSD), Bispo Renato (PR), Robério Negreiros (PSDB) e Juarezão (PSB). Os outros cinco distritais que estão inclinados a endossar a matéria são: Lira (PHS), Luzia de Paula (PSB), Telma Rufino (Pros), Rodrigo Delmasso (Podemos) e Chico Leite (Rede), a depender dos debates nos próximos dias.

Além desses 13, há sete indecisos que podem engrossar o coro a favor da matéria: Raimundo Ribeiro (PPS), Reginaldo Veras (PDT), Rafael Prudente (PMDB), Julio Cesar (PRB), Claudio Abrantes (sem partido), Professor Israel Batista (PV) e Liliane Roriz (PTB). Wellington Luiz (PMDB) não respondeu aos questionamentos da reportagem.

Por ora, só há dois votos definitivamente contrários: os de Celina Leão (PPS) e Wasny de Roure (PT). Sandra Faraj (SD), de licença-maternidade, não vai comparecer à votação.

O cenário hoje, com o novo projeto, é muito diferente do visto no início da semana, quando a CLDF estava rachada. Tanto que o presidente da Câmara, Joe Valle (PDT), classificou a proposta alternativa como “uma evolução” em relação à versão original, de autoria do GDF, e ao substitutivo feito pelos deputados.

É um texto construído por todas as mãos. A fusão dos fundos foi eliminada e ficou certo que vamos votar a criação de uma previdência complementar para os trabalhadores em outubro.

Joe Valle, presidente da CLDF

Joe se referia ao fim da medida que prevê a junção dos fundos Financeiro (FF) e Capitalizado (FC) do Instituto de Previdência dos Servidores do DF (Iprev-DF). Esse era um dos principais pontos de embate entre opositores e governistas no PLC n° 122/2017 — o projeto de autoria do GDF. Tanto que, no primeiro substitutivo feito pelos deputados, a questão dos fundos foi descartada.

A terceira proposta, apresentada nesta quinta-feira, também foge da polêmica. Apesar de não ser exatamente o que queria Rodrigo Rollemberg (PSB), o socialista pode ceder. “O governador recebeu o texto e vai estudá-lo. Ele reconhece que seria uma forma de os dois lados — tanto o GDF quanto a Câmara — demonstrarem boa vontade”, disse ao Metrópoles o líder do governo na CLDF, Agaciel Maia (PR).

Dia de tratativas
Agaciel passou a quinta-feira atravessando o Eixo Monumental. Ora estava no Palácio do Buriti, ora na Câmara Legislativa. E, apesar de revelar que Rollemberg vê o novo projeto com mais simpatia, o Palácio do Buriti tenta uma última cartada para votar o PLC n° 122/2017: conseguir, no Supremo Tribunal Federal (STF), liberar a proposta para apreciação dos distritais.

Hoje, uma liminar do Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT) impede a CLDF de votar o PLC n° 122/2017. A decisão atende a mandado de segurança impetrado pelos distritais Wasny de Roure e Ricardo Vale, ambos do PT. Segundo os petistas, o projeto não respeitou o devido processo legislativo, pois não houve tempo hábil para a apresentação de emendas.

Ainda que o Buriti consiga reverter o empecilho judicial, Rollemberg não tem os votos necessários para aprovar o projeto do Executivo, que une os fundos do Iprev. Assim, o caminho está aberto para a nova proposta dos distritais.

Novidades
De acordo com o texto alinhavado pelo deputado Agaciel Maia e a equipe do Palácio do Buriti, os fundos Financeiro (FF) e Capitalizado (FC) não seriam mais unificados. Esse é o principal ponto de polêmica em relação ao projeto original.

O texto prevê uma divisão dos recursos que serão usados para o pagamento do déficit mensal de R$ 170 milhões que o Tesouro tem com aposentados. Pela proposta, R$ 60 milhões virão da contribuição patronal, paga pelo próprio GDF; R$ 40 milhões mensais serão de recursos da União, de dívidas passadas com o Distrito Federal, e o restante de superávit de aplicações e rendimentos do Fundo Capitalizado.

“Nós passaríamos a retirar esses recursos dos anos de 2016, 2017 e 2018 para cobrir o rombo de R$ 170 milhões que temos mensalmente, resolvendo a questão”, explica Agaciel. Assim, não seria necessário mexer no superávit do fundo dos servidores mais novos, contratados a partir de 2007.

Outra alteração permitiria ao governo acesso às contribuições patronais e dos servidores concursados na última década, além das compensações previdenciárias devidas pela União e reconhecidas pelo STF no mês passado.

De acordo com Agaciel, as mudanças não só liberariam recursos para pagamento da folha de pessoal, como acabariam, segundo o parlamentar, com o déficit mensal de R$ 170 milhões para pagamento de aposentadorias. O substitutivo prevê ainda mais prazo para o debate sobre a previdência complementar, que só seria analisada em 60 dias.

A solução prevista é temporária. A ideia é que, assim, o governo consiga manter salários sem parcelamento até dezembro e consiga debater uma outra solução para os próximos anos.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?