Mulher de Arruda tem R$ 2,4 milhões para campanha, maior valor no DF
Flávia Arruda vai concorrer a deputada federal e lidera o ranking de políticos da capital com maiores recursos para usar nas eleições
atualizado
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Dinheiro não vai faltar para a campanha da candidata a deputada federal Flávia Arruda (PR). Por doação do próprio partido, a herdeira do espólio do ex-governador José Roberto Arruda (PR) recebeu um aporte de R$ 2,4 milhões para gastos no período eleitoral.
De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a ex-primeira-dama lidera o ranking dos políticos do DF com maiores recursos disponibilizados para a campanha deste ano.
O valor arrecadado pela candidata é quase o total permitido pela lei eleitoral para os gastos de quem disputa a mesma vaga. De acordo com a legislação, cada postulante à Câmara dos Deputados pode usar até R$ 2,5 milhões durante a campanha – R$ 100 mil a menos do valor já adquirido por Flávia.
A ex-primeira-dama supera inclusive os números dos candidatos ao Governo do Distrito Federal (GDF). Alberto Fraga (DEM), que está na mesma chapa de Flávia, conseguiu arrecadar R$ 1 milhão, de origem do próprio partido.
O campeão entre os buritizáveis é Ibaneis Rocha (MDB), que acumulou, até agora, R$ 1,2 milhão para gastos eleitorais. Os recursos são do próprio candidato, que descartou usar dinheiro do fundo eleitoral.
O limite para um candidato a governador gastar é de R$ 5,6 milhões no primeiro turno. No segundo, a cifra cai para R$ 2,8 milhões.
Outros do PR
Entre os demais correligionários que tentam um mandato no Congresso Nacional, Flávia Arruda também se destaca. A republicana supera os R$ 2 milhões doados para a campanha de Laerte Bessa (PR), que concorre à reeleição ao cargo de deputado federal, e também os tímidos R$ 100 mil direcionados a Francisco Lúcio, estreante na corrida à Câmara dos Deputados.
Dos valores disponíveis, a campanha de Flávia Arruda já gastou, até agora, R$ 269.995. Dessa cifra, R$ 92.960 foram pagos a gráficas, locadoras de carros e ônibus, e para a compra de água mineral.
Em contato com o Metrópoles, a postulante à Câmara dos Deputados afirmou que o valor recebido é uma doação definida pelo diretório nacional do PR. “Eu não arrecadei nada. Esse dinheiro é do fundo partidário do PR nacional. Assim como ele repassou para mim, destinou para os outros candidatos. Eu não arrecadarei um centavo. Vou usar apenas o dinheiro reservado pelo partido para a minha campanha”, disse Flávia Arruda.
O presidente regional em exercício do PR, Alexandre Bispo, que concorre a vice-governador na chapa de Alberto Fraga, afirmou: o critério é definido pela nacional partidária e não houve interferências da Executiva local.
“Como o recurso não daria para atender a todos os candidatos do país, há um critério pelo potencial competitivo de cada um. É uma decisão do diretório nacional, mas isso não significa que recursos para os demais concorrentes não vão chegar. Foi uma decisão estratégica potencializar candidaturas adjacentes, que acabam favorecendo os nossos majoritários”, explica.
Dever de candidato
A prestação de contas é um dever de todos os candidatos, com vices e suplentes, e dos diretórios partidários nacionais e estaduais, em conjunto com seus respectivos comitês financeiros, se constituídos. Essa é uma medida que, segundo a Justiça, garante a transparência e a legitimidade da atuação das legendas no processo eleitoral. O prazo final para concluir as apresentações é 6 de novembro.
Mesmo o postulante que desistir, for substituído, ou tiver seu pedido de registro indeferido pela Justiça Eleitoral deverá prestar contas correspondentes ao período no qual participou do processo, ainda se não tiver realizado campanha. Se houver dissidência partidária, esses candidatos também deverão prestar contas.