MP pede afastamento de distritais para proteger investigação da Drácon
Decisão de acatar pedido da força-tarefa da Operação Drácon caberá ao Conselho Especial do Tribunal de Justiça do DF e Territórios
atualizado
Compartilhar notícia
Após denunciar cinco deputados distritais por corrupção passiva, o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) pediu à Justiça o afastamento cautelar de Celina Leão (PPS), Raimundo Ribeiro (PPS), Julio Cesar (PRB), Bispo Renato (PR) e Cristiano Araújo (PSD) de seus mandatos.
No entendimento da força-tarefa da Operação Drácon, a medida visa preservar a produção de provas judiciais e as investigações que ainda estão em curso, bem como impedir a prática de novos crimes por parte dos parlamentares.
Ele citou como exemplo uma troca de mensagens entre o deputado Julio Cesar e a esposa, em que o parlamentar fala da necessidade de mudar de celular, já que estava preocupado com interceptações telefônicas.
Mesa Diretora
Dos cinco distritais, Bispo Renato, Raimundo Ribeiro e Julio Cesar ainda fazem parte da Mesa Diretora, colegiado que comanda a Câmara Legislativa. Um eventual afastamento dos deputados deverá ser decidido em votação do Conselho Especial do Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT).
De acordo com os promotores, a próxima fase da operação tem como alvo a investigação de empresas que supostamente participaram do esquema na Câmara Legislativa. A destinação de outras emendas será investigada, bem como se houve a participação de outros parlamentares e servidores.
Os parlamentares foram denunciados duas vezes por corrupção passiva. A primeira por tentar negociar propina com Afonso Assad, da Associação Brasiliense de Construtores (Asbraco), e pelo suposto esquema na área de saúde envolvendo emenda de R$ 30 milhões. Se condenados, os deputados podem pegar até 24 anos de prisão.
Além dos distritais, também foram denunciados Ricardo Cardoso dos Santos, então diretor do Fundo de Saúde do DF, e Alexandre Braga Cerqueira, ex-servidor da Câmara Legislativa.
O alvos da Operação Drácon dizem que o resultado da investigação dos promotores é frágil e não tem fundamentação. Afirmam também que provarão a inocência na Justiça.