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MP investiga se emissário da propina usou computador da Corregedoria

O acesso teria sido feito por Alexandre Cerqueira. O ex-servidor da Câmara Legislativa é suspeito de operar esquema de favorecimento de empresas para serem beneficiadas com recursos de emendas parlamentares, alvo da Operação Drácon

atualizado

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alexandre cerqueira
1 de 1 alexandre cerqueira - Foto: Suzano Almeida/Metrópoles

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) investiga uma invasão ao banco de dados digital da Corregedoria-Geral da Câmara Legislativa. O acesso teria sido feito pelo ex-secretário executivo da 3ª Secretaria da Casa, Alexandre Braga Cerqueira, suspeito de operar o esquema de pagamento de propina para distritais que veio à tona com a divulgação de grampos feitos pela deputada Liliane Roriz (PTB)  e investigado na Operação Drácon.

Cerqueira pediu exoneração em 30 de agosto, mas não deixou de ter influência na Casa. Tampouco foi abandonado por amigos que trabalham na sede do Legislativo local. Assim, teria conseguido ter franqueado o acesso a um dos computadores da Corregedoria. Segundo as investigações, o ex-servidor teria usado o usuário e a senha do chefe do setor, Ricardo José Alves Sande, para entrar nos processos que tramitam na Câmara.

Não se sabe, ainda, se Alexandre Cerqueira – conhecido como Dudalina, por ser admirador da famosa marca de roupas – extraiu algum tipo de arquivo, apagou dados, copiou ou apenas visualizou documentos. De acordo com fontes ouvidas pelo Metrópoles,  Alexandre e Ricardo Sande são amigos de longa data. Eles trabalharam juntos no gabinete do então deputado distrital Peniel Pacheco entre janeiro de 2003 e dezembro de 2006.

A Corregedoria da Câmara é uma área nevrálgica para a atividade parlamentar, já que tem por finalidade fiscalizar a atuação e a conduta dos deputados distritais. Todas as ações referentes à ordem e à disciplina no âmbito da Casa tramitam no órgão, que também realiza investigação prévia de qualquer fato que represente infração ao Código de Ética e Decoro Parlamentar.

A exemplo de Cerqueira, o atual chefe de setor na Corregedoria também é servidor comissionado e recebe um salário bruto de R$ 12.722. A reportagem ligou para o escritório de advocacia Alves & Portos Sande Advogados Associados, que leva o nome do servidor. No entanto, ninguém atendeu às ligações.

Procurado, o corregedor-geral da Casa, deputado Rafael Prudente (PMDB), disse desconhecer o caso e afirmou que iria apurar a denúncia de que um dos computadores tenha sido usado de maneira irregular por um ex-servidor investigado pelo Ministério Público e pela Polícia Civil no âmbito da Operação Drácon. Cerqueira também foi procurado, mas não atendeu às ligações.

Personagem central
Alexandre Cerqueira é apontado na Operação Drácon como um dos principais personagens do suposto esquema de pagamento de propina na Câmara Legislativa. O ex-servidor chegou a ser intimado pelo MPDFT a prestar depoimento em 22 de agosto. Antes de sua exoneração, exercia cargo de confiança indicado pelo deputado distrital Bispo Renato Andrade (PR).

De acordo com matéria publicada pelo Metrópoles, Cerqueira mantinha uma rotina empresarial ativa, além de suas atribuições na Câmara.  Ele já havia sido proprietário de um lava jato e é sócio de uma lotérica e de uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), chamada Associação Escola da Família (AEF). Porém, no endereço de registro, em Planaltina, funciona uma igreja evangélica e nunca houve sinal algum da entidade.

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