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Moradores de Ceilândia tentam impedir mudanças no ensino fundamental

Proposta prevê que escolas classes da região administrativa passem a ser apenas de ensino infantil. Pais procuraram a Câmara Legislativa temendo que alunos maiores tenham que estudar longe de casa

atualizado

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Audiência Câmara Legislativa
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Um grupo de pais e professores se reuniram, nesta segunda-feira 26/9), na Câmara Legislativa para discutir — com a coordenação da Regional de Ensino de Ceilândia — a proposta de mudança em seis escolas classes, que deixariam de oferecer o ensino de 1º ao 5º ano para se dedicarem exclusivamente ao ensino infantil, para crianças de 4 e 5 anos em idade pré-escolar. O projeto ainda não foi formalizado, mas acabou sendo divulgado e causou alvoroço entre professores e a comunidade.

A proposta foi criticada por pais que tem filhos matriculados nas séries iniciais e que temem por terem que transferir seus filhos para escolas distantes de suas casas, sem serem consultados. O coordenador da Regional de Ensino de Ceilândia, Marco Antônio Sousa, nega que a proposta seria implantada sem uma consulta à população.

“Quando se faz essas mudanças é preciso avaliar bem. Antes da ideia ser formalizada já se começou uma discussão que nos assustou, com professores e pais procurando a Câmara Legislativa. Precisamos fazer um estudo profundo porque essa ideia mexe com a vida de muitas pessoas”, garantiu o coordenador.

Ceilândia, de acordo com a regional, conta com 56 escolas classes, sendo que há algumas que apresentam da 1ª a 5ª série e também o ensino pré-escolar. Elas foram preenchidas dessa forma para ocupar espaços onde ainda não havia demanda de alunos e para cumprir a lei que obriga o Distrito Federal a fornecer vagas para crianças a partir dos 4 anos de idade.

Sem fundamento
Para o diretor do Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF) Júlio Barros a proposta não tem fundamento, já que não houve investimentos em outras escolas tanto para receber os alunos que possivelmente serão transferidos.

“O governo não construiu uma nova escola e estão usando as crianças como se fossem objetos que podem simplesmente serem mudados de lugar. O próprio GDF tem imóveis em Ceilândia sem uso, como antigos Cras (Centros de Referência e Assistência Social), que poderiam ser transformados em CEIs. A suspeita que temos é que o governo quer colocar essas escolas nas mãos de organizações sociais”, afirmou Barros.

A informação sobre OSs foi negada pelo próprio coordenador de Ceilândia que garantiu que o assunto nunca esteve em pauta dentro da Secretaria de Educação. Responsável pela audiência, o distrital Professor Reginaldo Veras (PDT) não quis tomar partido de nenhum dos lados e disse que era apenas um intermediador. “Eu usei apenas a função de intermediador. No início, tivemos muitas falácias e até mentiras que foram desconstruídas. Então, não me posicionei, até porque eu não interfiro no processo”, afirmou o distrital.

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