Montadoras reclamam de regras e CLDF muda edital para compra de carros
Empresas disseram que algumas restrições impostas no processo da Câmara Legislativa induzem a licitação a veículos específicos
atualizado
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A Câmara Legislativa (CLDF) terá que readequar o edital para a compra de cinco veículos de alto padrão para os membros da Mesa Diretora e servidores da Casa. A concorrência tem valor total de R$ 449,5 mil – um preço médio de R$ 89,9 mil por unidade – e foi questionada por montadoras. Segundo as empresas, algumas restrições induzem a licitação a veículos específicos.
De acordo com o segundo-secretário da Mesa, Robério Negreiros (PSD), a concorrência não está suspensa e, por causa da readequação, o processo terá seu prazo para apresentação de propostas estendido. A abertura dos envelopes deveria ocorrer no dia 26 de abril, mas agora está sem data. O período mínimo entre a publicação e a nova data de abertura dos lances deverá ser de pelo menos oito dias.
“O escopo teve como base o edital feito há quatro anos do mesmo objeto, realizado no âmbito do TCDF [Tribunal de Contas do Distrito Federal]. Mudamos apenas detalhes, por conta de questionamentos das montadoras, e será republicado após as correções”, explica Robério.
De acordo com o texto original, os automóveis deveriam ser modelo sedan, cor preta, quatro portas, 140 cv e 16 válvulas. Os carros precisariam ter ar-condicionado digital, airbags, rodas de liga leve aro 17, sensor de estacionamento e banco de couro, entre outros itens. Vence quem apresentar o menor preço.
Entre as mudanças que serão feitas estão alterações nas características dos veículos. Segundo as montadoras, por exemplo, a exigência de bancos de couro como item de série não pode ser executada por todas, pois se trata de um componente, na maioria das vezes, considerado adicional.
Em 2012, a CLDF comprou seis automóveis Ford Fusion a R$ 62,5 mil cada. Em 2016, houve uma tentativa de renovação da frota dos carros oficiais. Mas, em razão da repercussão negativa da licitação, em meio a uma crise financeira sem precedentes no Distrito Federal, a Casa revogou autorização dada para a aquisição de novos automóveis.