Miragaya diz que baixa popularidade do PT no DF “não é irreversível”
Para o candidato do partido ao GDF, o “PT só não apareceu nas pesquisas majoritárias até o momento porque não tinha candidato”
atualizado
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Dois dias depois de ser lançado candidato ao GDF pelo Partido dos Trabalhadores, o economista Júlio Miragaya mostrou esperança de formar coligações e conseguir apoio da população para a legenda do correligionário e ex-governador Agnelo Queiroz. Para o postulante ao Palácio do Buriti, o PT tem chances reais de crescer no cenário eleitoral e de mudar a própria imagem em Brasília.
“Ainda temos dois meses. O PT só não pontuava nas pesquisas de intenção de voto porque não tinha candidato”, afirmou, em entrevista ao Metrópoles. Para ele, a baixa popularidade da legenda no DF “não é irreversível”.
Miragaya fez um resgate da história eleitoral do DF. “O PT, desde 1994, foi a primeira ou a segunda força política local. Sempre tivemos protagonismo. Somente em 2006 e em 2014 que ficamos em terceiro”, disse.
O buritizável lembra que sempre atuou na política com o PT, mas em conselhos e entidades. Apesar da pouca visibilidade para o público externo, ele acredita que tem chances de vencer a disputa. “Quando as pessoas tomarem conhecimento da candidatura, a intenção de voto crescerá repentinamente”, aposta.
Questionado sobre o desempenho ruim de Agnelo Queiroz nas urnas, o economista minimizou o fato de o correligionário não ter ido sequer ao segundo turno em 2014, quando disputava a reeleição.
“Existe uma discussão interna no PT de que teria havido um erro em comunicação. Não sou especialista para saber, mas ele teve realizações importantes na educação, na mobilidade e na política de geração de emprego. Só que nada disso – segundo essa interpretação – foi bem capitalizado pela área de comunicação”, disse.
Miragaya ainda comentou a situação atual do ex-governador, réu em ação que investiga fraudes e desvios milionários nas obras do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha: “É uma investigação, temos que aguardar o resultado”.
Agnelo chegou a ser preso após a Operação Panatenaico da Polícia Federal ser deflagrada, em 23 de maio de 2017.
Parcerias
Sobre alianças, Miragaya diz que vai batalhar por parcerias no âmbito da esquerda progressista. Na avaliação dele, PCdoB e PDT seriam partidos viáveis para coalizões. “Seremos seletivos. A última vez que fizemos aliança com o MDB, por exemplo, levamos um golpe”, criticou.
Uma das certeza do postulante pelo PT é o palanque para Luiz Inácio Lula da Silva no DF. “Dia 3, na convenção nacional do partido, vamos ratificar o lançamento da candidatura de Lula para presidente da República”, afirmou.
O líder petista cumpre pena de 12 anos e 1 mês de prisão em Curitiba pela condenação por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex em Guarujá (SP).
Lançamento
O nome de Miragaya foi escolhido como o representante do PT nas eleições de outubro no último sábado (28). A decisão foi tomada no encontro democrático regional da sigla, realizado no auditório da Câmara Legislativa do DF. Para compor a chapa, disputando vaga para o Senado Federal, foram escolhidos Marcelo Neves e Wasny de Roure.
Júlio Miragaya disputou a indicação para concorrer ao Palácio do Buriti com o também economista Afonso Magalhães. Miragaya é de um coletivo dentro do PT chamado de Diálogo e Ação Petista. Ele presidiu a Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) durante a gestão Agnelo.
O PT governou o Distrito Federal em duas ocasiões: entre 1995 e 1998, com Cristovam Buarque, atualmente no PPS; e Agnelo Queiroz, de 2011 a 2014.