metropoles.com

Sandra Faraj e seu irmão Fadi Faraj são alvos de operação do MPDFT

Deputada distrital e o pastor são investigados por desvio de recursos públicos e cobrança de dízimo de servidores comissionados

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Michel Melo/Metrópoles
sandra faraj, fadi faraj
1 de 1 sandra faraj, fadi faraj - Foto: Michel Melo/Metrópoles

Representantes do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) passaram a manhã desta quinta-feira (27/4) na Câmara Legislativa. Até pouco depois do meio-dia, os promotores realizaram busca e apreensão no gabinete da deputada distrital Sandra Faraj (SD), além da sala da 1ª Secretaria da Casa, comandada pela parlamentar. A distrital é investigada por uso irregular de recursos da verba indenizatória e por cobrar parte dos salários de servidores comissionados nomeados por ela ou por indicação dela.

O irmão da distrital, Fadi Faraj, pastor evangélico da igreja Ministério da Fé, é outro alvo da operação, batizada de Heméra (deusa da mentira, segundo a mitologia grega). Estão sendo cumpridos oito mandados de busca e apreensão e quatro de condução coercitiva (quando a pessoa é levada para depor). Promotores estão recolhendo documentos na sede do templo, em Taguatinga.

A dupla também é investigada por ameaça a testemunhas durante a investigação do MPDFT. Os crimes investigados são de corrupção, falsidade ideológica e uso de documento falso, além da coação no curso do processo. Se forem confirmados, as penas podem ultrapassar 20 anos de reclusão e levar à perda do cargo público. A decisão pelo cumprimento dos mandados é do Conselho Especial do TJDFT. O processo investigativo prossegue em sigilo.

8 imagens
Retirada de documentos e equipamentos eletrônicos do gabinete da deputada, durante ação conjunta do MPDFT e da Polícia Civil
1 de 8

Operação do MPDFT em abril deste ano mirou em Sandra Faraj

Daniel Ferreira/Metrópoles
2 de 8

Daniel Ferreira/Metrópoles
3 de 8

Daniel Ferreira/Metrópoles
4 de 8

Retirada de documentos e equipamentos eletrônicos do gabinete da deputada, durante ação conjunta do MPDFT e da Polícia Civil

Daniel Ferreira/Metrópoles
5 de 8

Daniel Ferreira/Metrópoles
6 de 8

Daniel Ferreira/Metrópoles
7 de 8

Busca e apreensão no gabinete de Sandra Faraj

Mirelle Pinheiro/Metrópoles
8 de 8

Daniel Ferreira/Metrópoles

Denúncias
Sandra é acusada pelos sócios da Netpub, entre eles Filipe Nogueira, ex-funcionário do gabinete da deputada, de dar calote de R$ 150 mil à empresa. Ele teria prestado serviço de informática para a distrital, entre 2015 e 2016, e recebido apenas R$ 24 mil dos R$ 174 mil devidos. A quantia, entretanto, foi declarada pela parlamentar e ressarcida pela Câmara.

Em fevereiro deste ano, um ex-servidor da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus) revelou ao Metrópoles a existência de um suposto esquema de pagamento de dízimo. A “contribuição” seria descontada do salário dos comissionados. O dinheiro teria como destino a igreja Ministério da Fé.

Segundo o ex-funcionário, boa parte dos contratados na “cota” da distrital, tanto no Executivo quanto no Legislativo local, seria obrigada a contribuir. De acordo com o homem, haveria preferência para a contratação de integrantes da igreja para preencher os quase 400 cargos que a deputada tem na Administração Regional de Taguatinga, na Secretaria de Justiça e no próprio gabinete na CLDF.

Outro lado
Procurada pelo Metrópoles, a assessoria da distrital disse desconhecer a ação do MPDFT. A reportagem não conseguiu contato com a defesa do pastor Fadi Faraj.

Em nota, a Câmara Legislativa informou que “tem todo o interesse na apuração e elucidação da investigação que envolve uma parlamentar da Casa” e vem dando todo o apoio às autoridades no caso. O texto afirma ainda que a “própria Casa, dentro do devido processo legal estabelecido em seu Regimento Interno, no Código de Ética da CLDF e na Lei Orgânica do DF, tem apurado a denúncia”.

Segundo a CLDF, toda a rotina legislativa será mantida, inclusive com a realização da primeira edição do ano do Câmara em Movimento, com sessão ordinária que será realizada nesta quinta na Estrutural.

Verba indenizatória
Em fevereiro, o Ministério Público decidiu investigar a denúncia de desvio de recursos da verba indenizatória pela parlamentar. A vice-procuradora-geral de Justiça, Selma Sauerbronn, pediu oficialmente à presidência da Câmara Legislativa, segundo noticiou o Metrópoles, cópias da declaração prestada pelo ex-servidor.

Também foram pedidos os atos normativos da Casa sobre a lotação de funcionários que tenham vínculo com empresas contratadas pelos parlamentares, bem como a documentação referente à prestação de contas de Sandra Faraj para recebimento de verba indenizatória.

As informações foram usadas para instruir procedimento de investigação criminal destinado a apurar o caso. O ofício, enviado à Câmara no dia 21 de fevereiro, também questionou a Casa se havia algum tipo de fiscalização para constatar a “veracidade das informações constantes nas notas fiscais de prestação de serviço que resultem em pagamento de verba indenizatória, especialmente para que se saiba se os serviços foram efetivamente prestados e se a remuneração dos prestadores foi efetivamente paga”.

Em março, a Mesa Diretora da Câmara decidiu dar prosseguimento ao pedido de cassação da distrital. A representação foi protocolada pela ONG Adote um Distrital logo depois que as denúncias vieram à tona. A deputada assegura que pagou R$ 150 mil pelo serviço da Netpub. A distrital nega as acusações e diz ser vítima de um complô articulado por ex-servidores de seu gabinete.

 

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?