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Militares se aliam para garantir representante na CLDF em 2019

Com prazo de filiação a partir do próximo dia 4, PMs e bombeiros flertam com partidos para evitar ficar, de novo, fora do Legislativo local

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Michael Melo/Metrópoles
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1 de 1 Michael Melo/Metrópoles - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Sem representante na Câmara Legislativa nos últimos quatro anos, integrantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal buscam construir um consenso para assegurar que terão voz no Legislativo local na próxima legislatura. Para isso, a estratégia é evitar pulverizar possíveis votos entre muitos candidatos. Nesta campanha, os estrategistas das corporações preferem trabalhar com menos nomes, a fim de garantir que eles sejam lembrados pelo eleitor-militar e ocupem algumas das 24 cadeiras da Casa a partir de 2019.

Na eleição de 2014, os candidatos militares obtiveram 60 mil votos, mas não elegeram ninguém. O último representante da PMDF a ter mandato no Legislativo local foi Patrício, o ex-cabo eleito pelo PT (hoje no PDT). Embora tenha presidido a Casa, ele tentou no último pleito migrar para a Câmara dos Deputados, mas ficou sem apoio dos colegas de farda e não conseguiu se tornar deputado federal.

Temporada de filiações
Militares da ativa de todas as forças, pela Lei Eleitoral, só podem se filiar às legendas a partir de 4 de agosto, quando se encerra o prazo para as convenções regionais. A partir da assinatura da ficha partidária, os candidatos ficam licenciados pelo período de 45 dias de suas funções. Caso eleitos ou mesmo se assumirem por um curto prazo mandatos no Legislativo ou Executivo, devem ir para a reserva definitivamente.

Foi o que aconteceu com o ex-deputado distrital Roosevelt Vilela (PSB). Ele substituiu por cerca de seis meses Joe Valle (PDT) e, ao assumir função legislativa, acabou perdendo parte da aposentadoria a qual teria direito, caso cumprisse todo o tempo de serviço restante como bombeiro.

De olho nas regras militares e eleitorais, os postulantes a candidatos estão em plena temporada de namoros políticos. Avaliam a melhor proposta para formalizar uma união partidária. Enquanto alguns fardados voltam à disputa neste ano, nomes ainda não muito conhecidos do eleitorado se unem sob uma mesma sigla, buscando um lugar à sombra.

É o caso do suplente de distrital subtenente Hermeto, que a partir de 4 de agosto se filiará, com um grupo de policiais militares, ao Democratas do coronel da reserva da PM e deputado federal Alberto Fraga. O parlamentar, por sinal, vem articulando há meses a entrada na corrida eleitoral de policiais e bombeiros militares.

“As pessoas me conheciam pela minha atuação como administrador [da Candangolândia], mas durante esses quatro anos decidi voltar para a tropa e passei por todos os batalhões. Assim, meus companheiros viram que eu não era apenas um administrador, mas um deles também. Por isso, nomes que tiveram boa votação decidiram me apoiar”, destacou Hermeto.

Durante a atual legislatura, Hermeto chegou a ser avisado que poderia substituir um dos três distritais de sua última coligação, dos quais é suplente, mas declinou. Uma vez atendido o chamado, ele teria que ser automaticamente mandado para a reserva remunerada da PMDF e não teria mais como correr os quartéis fazendo novos amigos e costurando, assim, mais votos para as próximas eleições.

Cortejados
Lendário em Ceilândia por sempre andar com uma espingarda, o sargento Bonina é mais conhecido pela população como Véi da 12. Ele se destacou pela apreensão de armas de fogo e por aproveitar a fama para ajudar projetos sociais. As ações acabaram lhe rendendo pedidos para se candidatar à Câmara Legislativa e um convite para também se filiar ao DEM.

Conhecido da corporação pela atuação na internet, o 2º sargento Lusimar Arruda, o Jabá, já trabalha com plataformas para a corporação, antes mesmo do período eleitoral e de entrar para um partido político. Entre as propostas está a reestruturação da carreira. O militar estuda convites de filiação ao PSC e ao PTC.

Ex-policiais também estão no páreo. Presidente de uma entidade que representa sargentos e subtenentes, o militar da reserva Ricardo Pato concorrerá pela segunda vez consecutiva, agora pelo PSC. Segundo o sindicalista, os PMs precisam se concentrar em tirar votos dos candidatos civis e não um do outro.

Dentro dos partidos é que estão os nossos adversários. Eles tiram votos da gente. Por isso eu digo: não é um contra o outro, mas contra os [civis] membros do mesmo partido, das coligações, que devemos concorrer

Ricardo Pato, subtenente da reserva

Com boa aceitação entre os nomes da Polícia Militar, tenente Poliglota preferiu abrir mão de uma possível candidatura para apoiar outros colegas. Ele explica que a corporação sempre entra nas eleições muito dividida, diminuindo a possibilidade de vaga na Câmara Legislativa.

“A PM é uma das corporações mais complicadas para se trabalhar e sempre tem muitos pretensos candidatos. Hoje, ela é um dos maiores cabos eleitorais do país, mas, saindo com 50 candidatos em diversos partidos, não vai conseguir nada”, alerta Poliglota. Ele acrescenta: “Por causa dessa pulverização, preferi apoiar outro candidato”.

União faz o eleito
Presidente do Democratas-DF, Alberto Fraga abriu o partido para militares da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros concorrerem todos juntos. Além dos mencionados Hermeto e Véi da 12, o DEM terá ainda o ex-lutador do UFC (Ultimate Fighting Champioship) Paulo Thiago, que é do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da PMDF.

“Montamos uma estratégia para nos unir. Hoje estamos mais conscientes: precisamos estar juntos e acredito que podemos fazer um distrital da PM e outro dos bombeiros. Não podemos desperdiçar, como na eleição passada, os 60 mil votos que tivemos”, alerta Fraga. No último dia 20, ele fechou acordo pelo qual o DEM sairá coligado com o PHS, no DF, para candidaturas proporcionais.

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