“Entre a catástrofe e o desastre”, diz Cristovam sobre presidenciáveis
Disputando o terceiro mandato seguido, agora pelo PPS, ex-governador do DF se mostrou preocupado com a polarização na campanha presidencial
atualizado
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Segundo colocado nas pesquisas de intenção de voto, o senador Cristovam Buarque (PPS) abordou temas polêmicos em entrevista concedida ao Metrópoles nesta terça-feira (18/9). Ele reafirmou sua posição sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), quando votou a favor da saída da então chefe do Executivo nacional. “Se eu não fizesse isso, estaria traindo minha consciência. Não me arrependo”, afirmou.
Quando questionado sobre em quem votaria para a Presidência da República, Cristovam disse não se sentir à vontade para apontar um nome, mas ressaltou ter medo do que as urnas dirão: “Estou com medo de ter que votar para evitar uma polarização. De ter que escolher entre evitar uma catástrofe e um desastre”, esquivou-se o candidato à reeleição ao Senado, sem citar a quem seriam atribuídos os adjetivos.
Cristovam disputa uma vaga pela coligação Unidos pelo DF, cujo postulante ao Governo do Distrito Federal (GDF) é o deputado federal Rogério Rosso (PSD). O pessedista declarou apoio a Alvaro Dias (Podemos), enquanto outras legendas da chapa estão com Geraldo Alckmin (PSDB). “Tenho grande simpatia pela Marina [Silva (Rede)], mas ainda é prematuro dizer”, completou o senador.
Confira a entrevista completa:
O representante do PPS disse que saiu do Partido dos Trabalhadores porque o compromisso dele é com a ética. “Aquele PT do qual eu fazia parte morreu”, pontuou. Segundo o candidato, a legenda não tem nada a ver com aquela na qual ingressou em 1990. “O PT está aliado a Renan Calheiros, a pessoas [com] ficha suja. Eu não mudei nada nas minhas propostas. Moro no meu apartamento, tenho o mesmo estilo de vida.”
Sobre a PEC 95, que limita por 20 anos os gastos públicos pelo teto da arrecadação, o senador declarou ter agido corretamente. “Eu votei pela responsabilidade. O Estado não pode gastar mais do que arrecada.”
Trajetória
O candidato governou o Distrito Federal, de 1995 a 1998, e perdeu as eleições seguintes para o ex-governador Joaquim Roriz (sem partido). Em 2002, foi eleito ao Senado Federal, mas afastou-se temporariamente do mandato para comandar o Ministério da Educação no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
No ministério, Cristovam foi demitido pelo petista por telefone e acabou deixando a base de apoio da gestão lulista. Em 2006, disputou a Presidência da República pelo PDT e recebeu mais de 2,5 milhões de votos, conquistando apenas 2,64% do eleitorado brasileiro.
Em 2010, concorreu à reeleição na chapa que o levou à vitória ao lado de Rodrigo Rollemberg (PSB) no Senado e Agnelo Queiroz (PT) no GDF. Com o fim do mandato, em 2018, Cristovam tenta a renovação por mais oito anos, o que resultará em 24 anos consecutivos na Casa, caso vença.
Na pesquisa FSB/Metrópoles, divulgada em 11 de setembro, o candidato do PPS apareceu com 24% das intenções de voto. Ele disputa uma das duas cadeiras disponíveis neste ano com Leila do Vôlei, que alcançou 23%, e Izalci Lucas (PSDB), com 17%. Em seguida, foram indicados Chico Leite (Rede), com 13%, e Wasny de Roure (PT), com 9%.
Cristovam iniciou sua trajetória política, em 1994, pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Recentemente, deixou o PDT após se desentender com o presidente da legenda, Carlos Lupi, sobre apoio ao então governo da ex-presidente Dilma Rousseff. Atualmente, coligou-se a nomes que até há pouco tempo figuravam ao lado de seus adversários históricos, como Joaquim Roriz.
Entrevistas
O Metrópoles iniciou, em 13 de setembro, a série de entrevistas com candidatos ao Senado pelo Distrito Federal. Com duração de 25 minutos, as sabatinas são realizadas na sede do portal, no Lago Sul, com transmissão ao vivo pelo site e Facebook. Às 16h desta quarta (19/9), será a vez do representante do Solidariedade na disputa, Fernando Marques.
Nessa segunda-feira (17), Chico Leite (Rede) enfrentou as perguntas da equipe do portal. Antes dele, o horário havia sido confirmado para a professora Amábile, candidata à cadeira pelo PR, mas a participação foi cancelada devido a um problema de saúde. Além deles, já foram entrevistados Hélio Queiroz (PP), João Pedro Ferraz (PPL), Marcelo Neves (PT) e Chico Sant’Anna (PSol).