Fraga diz que se não for eleito deixa vida pública: “Última campanha”
Em entrevista ao portal nesta quinta-feira (27/9), o deputado destacou a possibilidade de trabalhar em eventual governo de Jair Bolsonaro
atualizado
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Candidato ao Governo do Distrito Federal pelo DEM, Alberto Fraga declarou em entrevista ao Metrópoles nesta quinta-feira (27/9) que pretende deixar a vida pública caso não vença as eleições de 2018. O deputado federal, porém, destacou a possibilidade de trabalhar em eventual governo de Jair Bolsonaro (PSL), caso o presidenciável seja eleito.
“Eu já tinha decisão de essa ser a minha última campanha. A não ser se der Bolsonaro e eu receber convite para ajudá-lo, aí posso estar ao lado dele”, disse. O democrata justificou estar cansado. “A gente conhece e vê um jogo podre e sofre muito. É nojento. Você vê pessoas se intitulando novas, mas usam as práticas velhas. Estou falando de candidatos que saem comprando todo mundo”, disparou, sem citar nomes.
Alberto Fraga classificou como “armação” sua condenação. “O processo se arrasta por 10 anos e a sentença tem só duas páginas”, apontou. Na segunda (24), ele foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) a quatro anos, dois meses e 20 dias de prisão, em regime semiaberto. Segundo denúncia do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), o parlamentar teria cobrado propina no valor de R$ 350 mil para assinar um contrato entre o GDF e uma cooperativa de ônibus.
O parlamentar afirmou que o adversário Rodrigo Rollemberg (PSB) soube da decisão antes da publicação. “Eu tomei ciência no debate [do Metrópoles promovido na segunda (24)] pelo governador. Pasmem vocês: ele tinha conhecimento da minha condenação antes da sentença ser publicada. É uma coisa inédita também ela ser publicada no mesmo dia”, declarou.
A conversa conduzida pela diretora executiva do portal, Lilian Tahan, foi transmitida no site (veja abaixo) e nas redes sociais — Facebook, YouTube e Twitter.
Assista à entrevista:
Sobre o governo Arruda, do qual fez parte como secretário de Transportes entre 2007 e 2010, Fraga minimizou os escândalos, como a Caixa de Pandora. “Dizem respeito a pessoas, mas as ações são intocáveis. Cada um que responde pelos seus erros”, concluiu.
O democrata negou ser demagogia sua proposta de reduzir alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). “Temos que entrar nessa guerra fiscal. Perdemos mais de 500 empresas para Goiás. Os empresários saem daqui e vão se instalar a 20km, levando os empregos”, completou.
Sobre aumentos salariais para servidores públicos, Fraga preferiu a cautela. “O momento é de responsabilidade. O compromisso que eu assumi é pagar o que se deve”, disse.
A respeito da maior reivindicação dos policiais civis — a paridade com a Polícia Federal — Fraga disse que irá encaminhar, caso seja eleito, mensagem ao governo federal para saber se há dinheiro para tal compromisso. O parlamentar, porém, destacou que não “deixará de fora” do reajuste a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros.
Na política desde 1997, Fraga está em sua quarta passagem pela Câmara dos Deputados. O parlamentar é autor de 15 leis no Congresso Nacional, entre as quais está a que garante a licença-maternidade para mães adotivas e a que tipifica o crime de sequestro relâmpago.
Entrevistas
Em agosto, o Metrópoles sabatinou 10 dos 11 candidatos ao Governo do Distrito Federal: Alberto Fraga (DEM), Alexandre Guerra (Novo), Eliana Pedrosa (Pros), Fátima Sousa (PSol), general Paulo Chagas (PRP), Guillen (PSTU), Ibaneis Rocha (MDB), Júlio Miragaya (PT), Renan Rosa (PCO) e Rogério Rosso (PSD).
Nessa nova rodada de entrevistas, já foram entrevistados: Alexandre Guerra, Eliana Pedrosa, Fátima Sousa e Júlio Miragaya.