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Marcelo Odebrecht deve deixar carceragem da PF nesta terça (19/12)

Executivo vai cumprir restante da pena em prisão domiciliar, em sua mansão de três mil metros quadrados, no bairro do Morumbi, em São Paulo

atualizado

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1 de 1 marcelo - Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO CONTEÚDO

Marcelo Odebrecht deve deixar a carceragem da Polícia Federal, em Curitiba (PR), nesta terça-feira (19/12). Ex-presidente de uma das maiores empresas do país, ele ficou dois anos e meio na cadeia após ser preso em junho de 2015 pela Lava Jato.

Condenado a 31 anos e seis meses de prisão em dois processos, pelos crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa, o empreiteiro vai deixar a prisão graças a um acordo de colaboração premiada firmado com a Procuradoria-Geral da República (PGR).

O acordo determina que ele cumpra uma pena total de 10 anos, incluindo o tempo em que ficou detido no Paraná. O período restante será em regime domiciliar fechado, na mansão de três mil metros quadrados do empresário no Morumbi, bairro nobre de São Paulo, monitorado por uma tornozeleira eletrônica.

Além disso, Odebrecht terá um esquema restrito de visitas, limitado a familiares, advogados e pessoas predeterminadas em lista entregue à Justiça, e direito a saídas controladas pelos próximos dois anos e meio. Também está proibido de assumir qualquer função na direção do grupo ou de receber visitas dos investigados ou condenados na Lava-Jato. Se descumprir as regras, poderá perder o benefício da regressão da pena.

Nas delações de Marcelo Odebrecht e de outros 76 executivos ligados à empresa, eles revelaram que os pagamentos de propina aconteciam há cerca de 30 anos. Apontaram nomes de mais de 200 políticos que teriam sido beneficiados pelo esquema. Em troca, a empreiteira conseguia apoio para fechar negócios com o poder público em várias áreas.

Acordo
Os advogados do empreiteiro entregaram, na tarde de segunda (18), uma série de documentos à Justiça Federal. Nabor Bulhões, responsável por acompanhar a execução da colaboração premiada do empresário, disse esperar que o acordo seja cumprido e seu cliente, solto.

Bulhões falou com a reportagem após deixar o prédio da Justiça Federal do Paraná, em Curitiba, onde se reuniu com a juíza da 12ª Vara Federal de Execução Penal, Carolina Lebbos. A soltura dependia da entrega de uma série de documentos solicitados pelo Ministério Público Federal (MPF).

O MPF pediu que a Odebrecht apresentasse uma lista de documentos até as 14h de ontem. A Procuradoria quer “todos os apensos referidos na cláusula 4ª, inciso IV, do acordo, assim como documentos comprobatórios das informações neles constantes (extratos de contas, valores de bens móveis e imóveis, etc.).”

Os procuradores da força-tarefa da Lava Jato pediram ainda a “explicação do cálculo do valor de perdimento e documentos comprobatórios de seu efetivo recolhimento, inclusive do valores, taxas de conversão, entre outros, detalhados”.

Segundo Bulhões, todos os documentos estão com o MPF, uma vez que foram entregues no ato da assinatura do acordo. Para o defensor, não há mais nenhum documento que a defesa tenha de entregar. “A própria Justiça concordou com os termos quando ele foi assinado. Como a previsão do acordo é que ele seja solto nesta terça, estamos aguardando que isso seja cumprido”, diz Bulhões.
(Com informações da Agência Estado)

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