Marcelo Odebrecht deve deixar carceragem da PF nesta terça (19/12)
Executivo vai cumprir restante da pena em prisão domiciliar, em sua mansão de três mil metros quadrados, no bairro do Morumbi, em São Paulo
atualizado
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Marcelo Odebrecht deve deixar a carceragem da Polícia Federal, em Curitiba (PR), nesta terça-feira (19/12). Ex-presidente de uma das maiores empresas do país, ele ficou dois anos e meio na cadeia após ser preso em junho de 2015 pela Lava Jato.
Condenado a 31 anos e seis meses de prisão em dois processos, pelos crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa, o empreiteiro vai deixar a prisão graças a um acordo de colaboração premiada firmado com a Procuradoria-Geral da República (PGR).
Além disso, Odebrecht terá um esquema restrito de visitas, limitado a familiares, advogados e pessoas predeterminadas em lista entregue à Justiça, e direito a saídas controladas pelos próximos dois anos e meio. Também está proibido de assumir qualquer função na direção do grupo ou de receber visitas dos investigados ou condenados na Lava-Jato. Se descumprir as regras, poderá perder o benefício da regressão da pena.
Nas delações de Marcelo Odebrecht e de outros 76 executivos ligados à empresa, eles revelaram que os pagamentos de propina aconteciam há cerca de 30 anos. Apontaram nomes de mais de 200 políticos que teriam sido beneficiados pelo esquema. Em troca, a empreiteira conseguia apoio para fechar negócios com o poder público em várias áreas.
Acordo
Os advogados do empreiteiro entregaram, na tarde de segunda (18), uma série de documentos à Justiça Federal. Nabor Bulhões, responsável por acompanhar a execução da colaboração premiada do empresário, disse esperar que o acordo seja cumprido e seu cliente, solto.
Bulhões falou com a reportagem após deixar o prédio da Justiça Federal do Paraná, em Curitiba, onde se reuniu com a juíza da 12ª Vara Federal de Execução Penal, Carolina Lebbos. A soltura dependia da entrega de uma série de documentos solicitados pelo Ministério Público Federal (MPF).
O MPF pediu que a Odebrecht apresentasse uma lista de documentos até as 14h de ontem. A Procuradoria quer “todos os apensos referidos na cláusula 4ª, inciso IV, do acordo, assim como documentos comprobatórios das informações neles constantes (extratos de contas, valores de bens móveis e imóveis, etc.).”
Os procuradores da força-tarefa da Lava Jato pediram ainda a “explicação do cálculo do valor de perdimento e documentos comprobatórios de seu efetivo recolhimento, inclusive do valores, taxas de conversão, entre outros, detalhados”.
Segundo Bulhões, todos os documentos estão com o MPF, uma vez que foram entregues no ato da assinatura do acordo. Para o defensor, não há mais nenhum documento que a defesa tenha de entregar. “A própria Justiça concordou com os termos quando ele foi assinado. Como a previsão do acordo é que ele seja solto nesta terça, estamos aguardando que isso seja cumprido”, diz Bulhões.
(Com informações da Agência Estado)