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Maioria dos brasilienses acha injusto ter de pagar a conta do desajuste financeiro do governo, diz pesquisa Metrópoles/Dados

Para 73% dos moradores do DF, é errado o governo aumentar impostos para resolver a crise da capital. O certo, de acordo com 17,7% da população, seria o GDF economizar nas despesas de custeio da máquina pública

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O remédio amargo ministrado pelo GDF para tirar o Distrito Federal da UTI, quem vai tomar é o cidadão. De cara feia, é o que aponta a pesquisa de opinião Metrópoles/Dados, realizada entre os dias 23 e 27 de outubro e que abordou 1,2 mil pessoas nas principais regiões do Distrito Federal.

A pesquisa quis saber o que o brasiliense pensa sobre a decisão do GDF de aumentar impostos a partir do ano que vem (leia abaixo) para turbinar a arrecadação local.

Eis a resposta do contribuinte: para a maioria acachapante dos moradores do DF, querer que o povo pague essa conta é injusto (73,2%) e o certo deveria ser o governo economizar nas próprias despesas com a máquina pública (17,7%). Ou seja, praticamente 91% das pessoas não concordam com a solução encontrada pelo GDF. Apenas 5,5% dos entrevistados consideraram justa a iniciativa oficial e outros 3,7% não souberam ou não quiseram opinar.

E se o brasiliense torce o nariz para um futuro próspero, só que em aumento de impostos, também demonstra insatisfação com um presente de promessas ainda não cumpridas. Um conjunto de 73,3% dos entrevistados disse que o governo de Rodrigo Rollemberg não cumpriu nenhuma das seguintes promessas de campanha: melhorar a segurança pública, melhorar a qualidade do ensino, reduzir o preço das passagens de ônibus e melhorar a saúde pública.

Sobre a meta de Rollemberg de adotar eleições diretas para a escolha de administradores regionais, 30,7% das pessoas ouvidas acham que a medida não foi colocada em prática porque o chefe do Executivo se esqueceu da promessa. Outros 29,2% disseram que o governador tem medo de os administradores eleitos serem seus adversários políticos e só 6,8% acreditam que se trata de um impedimento legal. De fato, a medida depende da elaboração de um projeto de iniciativa do Executivo que seja aprovado pelo Legislativo.

Assim, embora a letra fria da lei pareça um bom argumento para o político justificar uma palavra não cumprida, os números mostram que o eleitor se apega mesmo é ao calor de uma promessa feita sob medida para impressionar os eleitores na campanha eleitoral.

Programe-se para os reajustes
O pacote de arrocho do GDF previa o aumento de uma série de impostos. Para entrar em vigor, no entanto, todas as medidas precisavam passar pelo crivo dos deputados distritais – que aprovaram o reajuste de 27% para 31% no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de bebidas e cigarro.

O ICMS cobrado das empresas que prestam serviço de TV por assinatura também subiu de 10% para 15%, o que deve gerar uma receita para o governo de até R$ 52 milhões. Um terceiro projeto de lei aprovado pelos parlamentares aumenta o mesmo imposto para produtos que não têm uma legislação específica, a chamada alíquota modal.

As propostas de tornar mais caros o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), a Taxa de Limpeza Pública (TLP) e a Contribuição de Iluminação Pública (CIP) não foram aprovadas pela Câmara Legislativa.

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