Líder de religião africana é barrado no plenário da Câmara Legislativa por causa de roupa típica
Alexandre de Oxalá reclama que se sentiu vítima de intolerância religiosa. Mesa Diretora, no entanto, alega que não há exceção para a regra nem mesmo para deputados que não estiverem de paletó e gravata
atualizado
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Um líder de religiões de matrizes africanas teve a entrada barrada no plenário da Câmara Legislativa devido à roupa que vestia nesta terça-feira (15/12). O Regimento Interno da Casa só permite que homens entrem de terno e gravata no local durante as sessões, mas Alexandre de Oxalá, presidente da Rede Afrobrasileira Sócio-Cultural, acredita que uma exceção poderia ter sido aberta. “Nunca tive esse tipo de problemas. Essa é a minha roupa de gala. Eu me sinto fruto de intolerância religiosa”, lamentou.
Alexandre enfatizou que as pessoas devem ser respeitadas pelas características que têm. “Existe uma norma, mas existe também o bom senso. Cheguei na Câmara às 16h e só consegui entrar às 19h. Mesmo assim, fui barrado no plenário”, disse.
O líder religioso fez parte da elaboração do projeto que regulamenta os templos religiosos. “O documento nem contempla de forma categórica as casas de matriz africanas, mas participei ativamente para ajudar nesse processo, mesmo que para outras religiões”, disse.
O regimento da Câmara não permite nem que os deputados entrem em plenário durante as sessões se estiverem sem paletó e gravata. De acordo com a Mesa Diretora, “exceções não podem ser abertas”.