“Lei é para todos”, diz Chico Leite sobre inquérito da Operação 12:26
Candidato na chapa de Rollemberg, o distrital condena o fato de o GDF não se manifestar sobre investigação que atingiu irmão do governador
atualizado
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Em entrevista à radio Metrópoles FM, na manhã da última quarta-feira (15/8), o deputado distrital e candidato ao Senado pela Rede, Chico Leite, criticou o silêncio do Governo do Distrito Federal diante da Operação 12:26, que investiga tráfico de influência na cúpula da atual gestão. “A lei é para todos. Toda vez que houver indício de ilegalidade é preciso investigar e apurar”, afirmou.
Aliado de Rodrigo Rollemberg (PSB) nas eleições deste ano, o candidato ao Senado disse que os gestores públicos têm de fazer esclarecimentos à população. “Quem administra os bens da sociedade tem a obrigação de prestar contas”, pontuou Chico Leite.
O distrital também condenou a nota do PSB que saiu em defesa do governador e fez ataques ao inquérito da Polícia Civil: “Acho que manifestações partidárias que procuram desqualificar investigações ou investigadores são muito ruins para o estado de direito”.
A Rede fez parte da aliança que elegeu Rollemberg, em 2014, ao Palácio do Buriti, mas depois de três anos deixou a base e entregou cargos estratégicos no governo. No último mês, o partido reembarcou no projeto de reeleição do socialista. Batizada de “Brasília de Mãos Limpas”, a coalizão conta com PSB, PV, PCdoB, PDT e Rede.
No programa “Os Cabeças da Notícia”, Chico elogiou os agentes públicos à frente da Operação 12:26 e completou: “Nós não podemos nos omitir. A corrupção leva R$ 200 bilhões por ano do cidadão brasileiro”. No entanto, ele alertou sobre os riscos das denúncias serem usadas como “palanque” e “instrumento eleitoral” pelos adversários. “Cautela não quer dizer omissão.”
Ouça os trechos do programa:
O Metrópoles revelou na última sexta-feira (10), com exclusividade, parte do conteúdo do Inquérito 386/2018, em que a polícia, com o apoio do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), revela a atuação de uma suposta organização criminosa envolvendo pelo menos dez pessoas.
Entre os investigados, está o irmão do governador Carlos Augusto Sobral Rollemberg, o Guto. Segundo descrevem os investigadores, ele é um dos pontos focais do grupo que praticava tráfico de influência e advocacia administrativa no Palácio do Buriti. Guto nega as acusações.
Segundo o delegado que coordena a Operação (12:26), Fernando César Costa, “saltam aos olhos os indícios de que o acordo ilícito está assentado de forma duradoura, haja vista que há atos concretos de crimes praticados pelos investigados há aproximadamente três anos”.
De acordo com o processo, que soma 195 páginas, “cada um em seu campo de atuação, em clara divisão de tarefas, praticou diversos atos visando beneficiar particulares perante a administração pública”.