Policiais civis, militares e bombeiros integrarão GSI, afirma Bessa
Para apaziguar ânimos em torno de possível extinção da Casa Militar, deputado disse que gabinete será composto por todas as corporações
atualizado
Compartilhar notícia
O governador eleito Ibaneis Rocha (MDB) definiu mais um nome para compor a equipe que assumirá o comando do Executivo local a partir de 1º de janeiro de 2019. O deputado federal Laerte Bessa (PR) vai chefiar o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que será criado pelo emedebista.
Ao Metrópoles, Bessa confirmou ter aceitado o convite do governador eleito, que está em Corrente (PI). Disse que o GSI irá zelar pelo Estado, cuidará da área de inteligência, organização das secretarias e da segurança do governador.
Atualmente, a segurança do chefe do Executivo local é atribuição da Casa Militar. Bessa disse que não sabe ainda se o órgão deixará de existir, mas assegurou que a mudança não causará rusgas entre as corporações. “Pelo fato de eu ser policial civil, não quer dizer que será a PCDF [que integrará o gabinete]. O GSI vai ser composto por policiais civis, militares e bombeiros, com certeza”, afirmou.
O deputado federal afirmou que não conversou, ainda, com Ibaneis a respeito do GSI. O convite foi feito por meio de um assessor neste domingo (11/11), conforme revelou Bessa. O parlamentar quer se reunir com o governador eleito nesta segunda-feira (12) para definir os próximos passos. “Vou ver quais são os princípios básicos que Ibaneis quer dentro dessa chefia e começar a transição”, declarou.
No dia 6 de outubro, Bessa, que não conseguiu se reeleger, se encontrou com Ibaneis e disse que contribuiria com a transição do próximo chefe do Executivo local na área da segurança pública. Além disso, o congressista informou ter recebido convite para integrar a nova gestão do GDF.
“Ele disse que não pode adiantar em qual área, mas que vou participar do governo”, revelou, na ocasião, o deputado. Durante as eleições, Bessa migrou da campanha de Alberto Fraga (DEM) para a de Ibaneis. A decisão contrariou a orientação do partido, já que o PR estava oficialmente coligado com o democrata.
Bessa é delegado aposentado da Polícia Civil do Distrito Federal. O parlamentar foi diretor-geral da instituição por oito anos. Agora, vai assumir um órgão que, em outras unidades da Federação, costuma ter status de secretaria.
Contra extinção
Dentro da equipe de transição, é discutida a possibilidade de extinção da Casa Militar, medida que desagrada as entidades que representam PMs e bombeiros do DF. Em nota divulgada na sexta (9/11), o fórum que congrega as duas corporações mostrou preocupação com essa questão.
“O fórum quer participar efetivamente dessas discussões, uma vez que a Casa Militar não tem somente a função de segurança do governador. Constitui um ponto estratégico para as corporações militares e é essencial para os rumos da nossa categoria e da própria segurança do Distrito Federal”, argumenta o coronel Brambila, coordenador do grupo.
Confira quem foi anunciado como integrante do primeiro escalão do governo Ibaneis:
Secretário de Fazenda: André Clemente. O auditor da Receita licenciado atuou como secretário de Fazenda nos governos de José Roberto Arruda (PR), Paulo Octávio (PP) e Rogério Rosso (PSD). Em 2010, ainda durante a gestão de Rosso, assumiu o Planejamento. Entre 2012 e 2014, foi secretário do Entorno por Goiás.
Secretário de Habitação: Mateus de Oliveira. Mestre em direito urbanístico pela PUC-SP, ele atuou em vários escritórios de advocacia, foi assessor jurídico da Prefeitura de São Paulo (2004) e, em Brasília, trabalhou como conselheiro de Planejamento Territorial e Urbano do Distrito Federal (Conplan), entre 2014-2016 e 2018-2020.
Secretário de Segurança: Anderson Gustavo Torres. O delegado da Polícia Federal é chefe de gabinete do deputado federal Fernando Francischini (PSL-PR), aliado do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL). Anderson foi papiloscopista da Polícia Civil do Distrito Federal e diretor parlamentar da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF).
Comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF): coronel Sheyla Soares Sampaio. A policial integra os quadros da corporação há 27 anos e tem MBA em planejamento, orçamento e gestão pública pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Ela foi a primeira colocada no curso de formação de oficiais da corporação de 1994. De 2013 a 2016, chefiou o 1º Batalhão da PMDF. Depois, foi subeditora de recrutamento e seleção da corporação e diretora da Diretoria de Promoções, Avaliação e Desempenho. Atualmente, Sheyla chefia o Comando do Policiamento Regional Sul II.
Presidente da Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap): Júlio César Reis. O atual presidente da Terracap será mantido no cargo. Funcionário de carreira do órgão, Júlio é considerado um quadro técnico. O nome dele foi defendido por entidades que representam a construção civil, como Sinduscon, Ademi, Asbraco e Anoreg, ligada aos cartórios.
Secretário de Obras: Izídio Santos Júnior. Ele é vice-presidente administrativo e financeiro do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-DF). O engenheiro acumulou experiência com trabalhos na Construtora Santa Tereza, de 1989 a 1992; e na Emplavi, de 1992 a 1998. Izídio é fundador e presidente da Barsan.
Secretaria da Mulher: Éricka Filippelli. Com formação em publicidade, Éricka é atual presidente do MDB Mulher do Distrito Federal e tesoureira do MDB Mulher nacional. Nora do ex-vice-governador do DF Tadeu Filippelli (MDB), concorreu a uma vaga de distrital nas últimas eleições. Teve 4.285 votos e não foi eleita.
Controlador-geral do Governo do Distrito Federal: Aldemario Araújo Castro. Ele é procurador da Fazenda nacional, foi corregedor-geral da Advocacia Geral da União (AGU), professor da Universidade Católica de Brasília (UCB) e coordenador-geral da Dívida Ativa da União.
Diretor-geral da Polícia Civil do DF: Robson Cândido. Sempre atuou nas delegacias circunscricionais. Tem 28 anos de atividade policial, sendo oito deles em Goiás. Ele foi escolhido por Ibaneis após ser o mais votado por delegados e encabeçar a lista tríplice encaminhada ao chefe do Executivo eleito. Foi delegado plantonista em 10 cidades do DF, cartorário e adjunto. Atualmente, chefia a 11ª DP, no Núcleo Bandeirante.
O delegado desenha o perfil da PCDF a partir de 2019. Anderson Espíndola foi indicado para chefiar a corregedoria-geral da PCDF; Benito Tiezzi será o diretor-geral adjunto; Silvério Moita permanecerá no Departamento de Administração Geral (DAG) da corporação; e Gláucia Cristina da Silva deixará a Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou Contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin) para chefiar a Academia da Polícia Civil.